A Catedral Metropolitana de Santiago, no Chile, localizada no centro da capital, se transformou pela primeira vez em um refeitório para um grupo de pessoas que vive na rua, no dia 19 de agosto.

Aproximadamente 250 pessoas sem teto jantaram e compartilharam com os voluntários, o Arcebispo de Santiago, Cardeal Ricardo Ezzati, seus bispos auxiliares e vigários, no marco do Ano da Misericórdia e em agosto, quando é celebrado o Mês da Solidariedade no país.

Os convidados cruzaram a Porta Santa da Catedral e se sentaram em ambos lados de uma mesa comprida colocada no corredor central do templo. Ali foram servidos com alegria e carinho por mais de 150 voluntários. No final do jantar, receberam de presente um kit de higiene pessoal e um casaco.

O Cardeal Ezzati disse que ficou “profundamente emocionado ao ver a resposta destes irmãos que encontram em um gesto simples da Igreja – que se repete em todas as manhãs, em todas as horas de almoço e à tarde em muitas comunidades – o carinho de Deus”.

“Convidei-lhes a levantar sua mão a Deus, nosso Pai, pois com certeza Ele preenche nosso vazio e nossa pobreza com seu amor. Tomara que este gesto se multiplique em todas as comunidades cristãs e na vida social do Chile. Os pobres são nossos irmãos e precisam ser atendidos com dignidade”, comentou o Cardeal.

 

O jantar foi o ápice de uma atividade que começou no começo deste mês, quando o Arcebispo de Santiago e seus bispos auxiliares visitaram quatro albergues e refeitórios paroquiais além de alguns “rucos” – moradias improvisadas com papelão e plásticos em via pública –, onde conheceram pessoas indigentes que firam convidadas pessoalmente para o grande jantar.

José Benavente, organizador da atividade, explicou ao Grupo ACI que “a Igreja sempre está olhando as novas realidades, os rostos novos através da Missão Territorial e do Ano da Misericórdia. Agora foram os moradores de rua, mas também estamos ajudando os idosos abandonados, maltratados e discriminados; e os migrantes”.

Benavente, responsável pelo Vicariato Pastoral Social, anunciou que estão organizando novas iniciativas pois “cada zona (territorial da arquidiocese) tem entre 10 e 12 obras sustentadas por paróquias e colégios católicos. No total, temos 40 obras a nível arquidiocesano”.

De acordo com o 2º Cadastro Nacional de Pessoas que vivem na rua, publicado em 2012 pelo Ministério de Desenvolvimento Social, existem 12.255 pessoas nessas condições. Em comparação com o primeiro cadastro, de 2005, o número aumentou 69 por cento.

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