A Conferência Episcopal Colombiana (CEC), emitiu um comunicado para assinalar que não faz campanha a favor do “sim” no plebiscito sobre os acordos de paz com as FARC – como insinuaram alguns meios de comunicação –, mas convoca a população para participar de “maneira responsável” e “com um voto informado” que expresse sua opinião.

O texto, publicado no dia 17 de agosto pelo Departamento de Comunicação Social da CEC, recordou que no final da sua assembleia plenária de julho, os bispos convocaram “o povo colombiano para participar da consulta sobre os Acordos de Havana, de maneira responsável, com um voto informado e consciente, que expresse livremente sua opinião, como exercício efetivo da democracia e com o devido respeito do que finalmente a maioria determine”.

“De maneira alguma – indicou o Departamento de Comunicação – o comunicado induz os colombianos a votarem pelo ‘Sim’ ou pelo ‘Não’. Por esse motivo, a Igreja Católica agradece aos meios de comunicação e demais agentes geradores de opinião pública, evitar qualquer mensagem equívoco que ponha em causa a postura clara que o episcopado expressou sobre o plebiscito”.

As negociações entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) começaram em Havana (Cuba), em novembro de 2012.

Deste modo, após mais de três anos, no último dia 23 de junho, o governo da Colômbia e as FARC assinaram na capital cubana o cessar-fogo definitivo, o qual prevê avanços como a desmilitarização do grupo guerrilheiro e a inserção de seus membros na sociedade, entre outros, antes de chegar a assinatura do Acordo de Paz para acabar com uma guerra de 50 anos que causou a morte de aproximadamente 220.000 pessoas.

Entretanto, este deverá ser ratificado em um plebiscito no qual é necessário no mínimo 4,5 milhões de votos, 13% do censo eleitoral, e que será definido por maioria simples.

Uma pesquisa publicada pelo Gallup na quarta-feira afirmou que 67,5% dos colombianos votaria a favor dos acordos de paz entre o Governo e as FARC, e 32,5% os rechaçaria. Segundo o estudo, participaria do plebiscito 49,1% dos votantes.

Entretanto, esta pesquisa difere da publicada na semana passada pelo Ipsos, segundo o qual 50% rechaçaria os acordos e 39% os apoiaria.

Por sua parte, a Corte Constitucional da Colômbia emitiu uma sentença na terça-feira, 16, na qual adverte que para a realização do plebiscito, as FARC devem deixar as armas.

A Corte assinalou que “uma condição necessária para a proteção da liberdade do eleitor é evitar que seja coagido para optar por uma ou outra alternativa frente ao Acordo Final.  Portanto, o Estado tem o dever de garantir que nenhuma ameaça, sobretudo aquela de caráter armado, limite o exercício de tal liberdade”.

“Isto supõe, como é apenas natural, que o grupo armado ilegal com quem negociou o conteúdo do Acordo deponha o uso das armas e da violência como passo prévio e obrigatório à validação popular”, indicou.

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