Na habitual entrevista aos jornalistas presentes do vôo papal, antes de voltar a Roma após sua visita à Polônia e a JMJ Cracóvia 2016, o Papa afirmou que não usa o termo violência islâmica, pois o conceito poderia vincular o islã à violência e nem todos os muçulmanos são violentos. Ao contrário, segundo o Santo Padre, no islã e demais religiões os que incitam ao ódio são grupos pequenos de fundamentalistas.

"Por que quando você fala destes eventos violentos fala sempre de terroristas mas nunca de islã, nunca utiliza a palavra islã, e logo outra sobre a oração e o diálogo, que obviamente são essencialíssimos. Que iniciativa concreta pode propor ou sugerir para contrastar a violência islâmica. Obrigado Santidade".

Esta foi a resposta do Santo Padre:

"Eu não gosto de falar de violência islâmica, porque todos os dias quando leio os jornais, vejo violência, aqui na Itália, alguém que mata a namorada, outro que mata a sogra. E estes são católicos batizados, são católicos violentos.

Se eu falar de violência islâmica, devo falar de violência católica e não, não todos os islâmicos são violentos, não todos os católicos são violentos.

É como a salada de frutas, tem de tudo. Há violentos desta religião… uma coisa é verdade: acredito que em quase todas as religiões há um pequeno grupo fundamentalista. Nós o temos.

Quando o fundamentalismo chega a matar, também se pode matar com a língua -isto diz o Apóstolo Santiago- e também com a faca.

Acredito que não é justo identificar o islã com a violência. Não é justo nem é verdade. Tive um diálogo longo com o grande ímã da universidade Al Azhar, Sei como eles pensam, procuram a paz, o encontro.

O Núncio de um país africano me dizia que na capital do país onde está, sempre há um bom grupo de gente, sempre está cheio na porta Santa pelo jubileu e alguns vão confessar se, católicos, outros vão e rezam, mas a maioria vão rezar ao altar da Virgem. Estes são muçulmanos que querem fazer o jubileu. São irmãos.

Quando estive na República Centroafricana estive com eles, eu andei com o ímã no papamóvel. Pode-se conviver com eles.

São grupinhos fundamentalistas. Eu me pergunto, quantos jovens, que nós europeus, deixamos vazios de ideais, que não têm trabalho e procuram a droga ou o álcool se juntam em grupos fundamentalistas?

Sim podemos dizer que o assim chamado ISIS, é um Estado Islâmico que se apresenta como violento, porque quando se vê seus documentos de identidade. Este é um grupo fundamentalista que se chama ISIS.

Não é verdade nem é justo que o Islã seja terrorista. O terrorismo está em todo lados, pense no terrorismo tribal de alguns países africanos. O terrorismo é também, mas não sei se dizê-lo porque é algo perigoso, o terrorismo cresce quando não há outra opção, quando ao centro da economia mundial está o dinheiro e não a pessoa, o homem e a mulher, isto já é o primeiro terrorismo.

Ignorar a maravilha da criação, que é o homem e a mulher, é um terrorismo de base contra toda a humanidade. Pensemos nisso".