Bento XVI insistiu à "comum e sincera" condenação do nazismo e do comunismo, para que sirva ao compromisso de todos os homens na construção do perdão, a reconciliação e a paz, logo depois da projeção no Sala Paulo VI do filme para a televisão "Karol, um homem eleito Papa".

O Santo Padre afirmou que "nada poderá melhorar o mundo se o mal não for vencido e este só pode ser superado com o perdão". "Em 8 de maio de 1945 concluiu aquela descomunal tragédia que semeou na Europa e no mundo, em medida jamais experimentada até então, destruição e morte. Cada vez que uma ideologia totalitária pisoteia ao homem, toda a humanidade está seriamente ameaçada", acrescentou o Santo Padre.

O Pontífice também manifestou que com o passado dos anos as lembranças não devem empalidecer, mas devem ser uma "severa lição para a nossas e as futuras gerações".

Para o Bento XVI é providencial que um Papa polonês seja sucedido por "um cidadão da Alemanha, onde o regime nazista se manteve com grande virulência e atacou depois às nações vizinhas, entre elas a Polônia".

Estes dois Papas em sua juventude, embora em frentes adversas e em situações diferentes, "conheceram a barbaridade da Segunda Guerra Mundial e a insensata violência de homens contra homens, de povos contra povos".

"Trata-se de atrozes crimes que mostram todo o mal que encerrava a ideologia nazista", destacou o Santo Padre e acrescentou que o jovem Karol decidiu mudar sua vida respondendo ao chamado de Deus.

Na opinião do Papa, o filme contém cenas que mostram "toda a perversidade que pode esconder-se no homem". "Ao mesmo tempo, a evocação dessas aberrações faz que as pessoas se comprometam a esforçar-se para que jamais voltem a repetir-se casos de tanta desumana barbárie", adicionou.

O filme "Karol, um homem eleito Papa" mostra a vida de Karol Wojtyla até antes de ser eleito Papa em 1978 e relata os fatos vividos na Polônia durante a ocupação nazista, a repressão do povo polonês e o genocídio dos judeus.