Após a vitória da seleção de Portugal na Eurocopa 2016, no domingo, o Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente, saudou os jogadores e a equipe técnica e destacou o significado desse campeonato inédito para os portugueses. “Deixa-nos todos vitoriosos, porque naquela seleção íamos nós todos”, considerou.

Portugal conquistou pela primeira vez em sua história o título da Euro, após vitória por 1 a 0 sobre a anfitriã França, na prorrogação, com gol de Éder.

Para o Cardeal, foi impressionante o esforço quase sobre-humano dos atletas. Ele, porém, expressou à Rádio Renascença a sua “grande admiração também pela equipe técnica que os acompanhou, em especial pelo treinador, que com a sua serenidade, consistência pessoal e também psicológica, em grande parte fez esta seleção”.

Dom Clemente se mostrou ainda tocado pela atitude do técnico Fernando Santos após a vitória. Na coletiva de imprensa depois do jogo, o treinador leu uma carta escrita semanas antes, após o empate em zero a zero na partida contra a Áustria. No texto, ele manifestou seu agradecimento a Deus, dedicou o título a Jesus e à Virgem Maria e terminou manifestando o desejo de que tudo “seja para glória do Seu nome”.

“Ele já estava certo do resultado e essa certeza vem muito de dentro e passou para a equipe e levou a muito bom resultado, com muita dignidade, com muita cortesia, sem nenhuma sobreposição a ninguém”, assinalou o Patriarca.

Segundo ele, “foi muito bonito as suas declarações, de uma grande educação que cai muito bem neste mundo desportivo, sobretudo porque é dito tão naturalmente, nada daquilo soa a forçado, exprime uma vivência própria dele”. “Bate certo e é incontestável. Faz-nos bem”, acrescentou.

A importância da fé de Fernando Santos também foi lembrada pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que recebeu a equipe vitoriosa na segunda-feira, no Palácio de Belém. Ao final da cerimônia, ao atender os jornalistas, ele disse ser um homem de fé e ter rezado muito com o treinador.

“Rezámos muito terços. Ele e eu [Fernando Santos]. Muitos. Ainda vou a Fátima por conta disso”, declarou.

Por sua parte, o Patriarca de Lisboa salientou à Rádio Renascença o caráter simbólico do futebol, que se parece com “os torneios, em que em vez de se confrontarem países inteiros, escolhiam os seus cavaleiros”.

“Hoje não tem esse sentido bélico, mas tem esse sentido de representação, naquelas pessoas vai um povo inteiro, é uma maneira de escoar sentimentos que vêm de cima, exatamente aqueles que fazem de nós um povo”, afirmou.

O Cardeal concluiu dizendo que “tudo isto faz-nos bem à alma portuguesa”.

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