O julgamento do caso Vatileaks, conhecido processo judicial dos documentos roubados há alguns meses na Santa Sé, o qual envolve dois ex-funcionários vaticanos, uma colaboradora e dois jornalistas, estaria chegando ao fim.

Na última segunda-feira foi realizada uma nova audiência na qual, depois de oito meses de investigações e audições, o Promotor de Justiça Vaticano divulgou o pedido de condenação para os diferentes acusados.

Francesca Chaouqui, ex-conselheira do organismo vaticano criado para esclarecer as contas da Santa Sé e melhorar seu rendimento, poderia ser condenada a três anos e nove meses de prisão; enquanto para o outro dos principais acusados, o sacerdote espanhol Lucio Vallejo Balda, foi pedido três anos e um mês de prisão.

Por sua parte, o jornalista Gianluigi Nuzzi enfrenta uma pena de um ano de prisão. E o jornalista Emiliano Fittipaldi seria absolvido por “falta de provas”, segundo comunicou o Vaticano.

O porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, explicou aos meios de comunicação que o pedido da pena para Chaouqui é pelo fato de ser a “inspiradora e responsável” pelos vazamentos.

Na audiência desta terça-feira, a defesa de Lucio Vallejo, a advogada Emanuela Bellardini, solicitou a absolvição ou pelo menos diminuição da pena do sacerdote em sua argumentação final por escrito ante o tribunal de primeira instância do Vaticano.

Frente à acusação de que o sacerdote espanhol se associou com os demais acusados para delinquir, sua advogada disse que não pôde incorrer em tal delito porque Vallejo vivia imerso em “um clima de ameaças” feitas pela própria Chaouqui. Segundo a tese da advogada, foi ela quem pressionou o sacerdote espanhol para entregar a informação aos dois jornalistas.

Outra das acusações que pesam sobre Vallejo Balda é a divulgação de material classificado, algo que o próprio sacerdote reconheceu há alguns meses, embora a advogada sustente que não se tratava de um material novo.

Por sua parte, a advogada de Chaouqui, Laura Sgrò, também pediu sua absolvição ao considerar que sua cliente era totalmente alheia aos acontecimentos e que nunca pressionou o sacerdote.

O processo continuará na quarta-feira, dia que os advogados dos outros três imputados deverão defender suas argumentações por escrito. A sentença poderia ser proferida na próxima quinta-feira.

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