No próximo dia 16 de outubro, o Papa Francisco canonizará o Beato Salomón Leclercq, mártir da Revolução Francesa, o qual morreu nas mãos de um grupo que o assassinou junto com outros religiosos por manter sua fidelidade a Cristo. Esta é a sua história:

O Beato Salomón Leclercq, cujo nome de batismo foi Guillaume-Nicolas-Louis, era filho de um rico comerciante de vinho. Nasceu em Boulogne, França, em 1745.

Em 1767, aos 21 anos de idade, ingressou no noviciado dos Irmãos das Escolas Cristãs, instituto de educadores fundado por São João Batista de La Salle, onde assumiu o nome religioso de Salomón.

Durante os anos em que esteve na comunidade, foi professor, mestre de noviços, administrador de uma escola e, finalmente, secretário do superior geral da ordem, o Irmão Agathon. Era conhecido por seu grande amor pelas pessoas e seu duro trabalho.

Em 1790, com a Revolução Francesa já iniciada, a Constituição Civil do Clero deu ao Estado o controle total sobre a Igreja na França. O governo começou a vender bens da Igreja e exigiu a todos os sacerdotes e religiosos que fizessem um juramento ao governo para que suas instituições mantivessem seu status operativo legal.

Assim como muitos clérigos da época, a maioria dos irmãos do instituto de Salomón se negou ao juramento, por isso foram obrigados a abandonar suas escolas e comunidades.

Por esta razão, o Beato Salomón se viu obrigado a viver sozinho e na clandestinidade durante um período em Paris. Entretanto, conseguiu manter contato com sua família através de cartas, apesar de estar sendo fiscalizado pelo governo.

Em agosto de 1792, a Assembleia Legislativa fechou todas as escolas católicas em Paris e proibiu o uso público de hábitos ou vestimentas religiosas. Os sacerdotes que se negaram a prestar o juramento requerido pela Constituição Civil do Clero foram obrigados a sair do país, cerca de 25 mil foram embora.

Salomón, ainda nessa cidade, escreveu sua última carta a sua família no dia 15 de agosto de 1792 e nesse mesmo dia foi detido e encarcerado no mosteiro carmelita ‘Hôtel dê Carmes’ em Paris, por ter se negado ao juramento.

Em 2 de setembro, os revolucionários interceptaram um transporte com 30 sacerdotes que estavam sendo levados à prisão e mataram a todos. O grupo continuou avançando e, armados com espadas, invadiram o convento carmelita onde assassinaram o Beato Salomón e outros 150 sacerdotes e religiosos.

No dia seguinte, 3 de setembro, os revolucionários se dirigiram ao seminário Lassalista, onde mataram a maioria dos sacerdotes e estudantes. As cifras do chamado Massacre de Setembro variam entre 1.247 e 1.368 falecidos.

Em 17 de outubro de 1926, o Papa Pio XI beatificou o irmão Salomón e 188 mártires católicos que morreram durante o Massacre de Setembro. Salomón foi o primeiro mártir de seu instituto, embora logo se uniram outros três membros conhecidos como os irmãos mártires de Rochefort, também assassinados pela sua fé durante a Revolução Francesa. O dia que se comemora a festa destes quatro irmãos mártires é 2 de setembro.

O milagre atribuído à intercessão do Beato Salomón Leclercq é a inexplicável cura de uma menina venezuelana mordida por uma serpente venenosa.

No dia 16 de outubro, o Papa Francisco canonizará, junto ao Beato Salomón Leclercq os seguintes beatos: Manuel González García, bispo espanhol; Ludovico Pavoni, sacerdote italiano; Alfonso Maria Fusco, sacerdote fundador das Irmãs de São João Batista; Isabel da Trindade, religiosa carmelita francesa considerada “irmã espiritual” de Santa Teresa de Lisieux; o Padre Brochero da Argentina; e o menino cristero mexicano José Sánchez del Rio.

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