Nesta sexta-feira, 24, o Papa Francisco chegou à Armênia para sua nova viagem apostólica e sua primeira visita foi à Catedral de Echmiadzín, a primeira da história do cristianismo e sede do Patriarca supremo da Igreja Apostólica Armênia, Karekin II. 

Este grande complexo monástico, localizado na cidade de Echmiadzín, desde o ano 2000 é considerado Patrimônio da Humanidade, com vários edifícios dos séculos IV, V, VI e XVII; abrigam uma chancelaria, um seminário e um museu.

Segundo a tradição, São Gregório, o Iluminador, primeiro patriarca da Igreja Armênia, foi quem pediu para construir a basílica que posteriormente se converteria em Catedral. A estrutura foi edificada entre os anos 301 e 302, quando Armênia era o único país em todo mundo que havia adotado o cristianismo como religião do Estado, apesar de que o Império Romano ainda a perseguisse.

O monumento passou por várias modificações ao longo da história. No século XVII, a construção foi reformada com mais frequência até obter a aparência atual, pois foi construída a cúpula, uma torre de dois andares, os afrescos persas do interior, entre outros.

Do mesmo modo, no interior dela está um importante museu onde se conservam relíquias como uma mão de São Gregório, o Iluminador; relíquias de São Judas Tadeu (considerado o primeiro evangelizador); a madeira da arca de Noé; ou a suposta lança de Longinus (que atravessou o corpo de Jesus quando estava na cruz).

Um dado curioso é que a Igreja Apostólica Armênia afirma que a lança conservada em Echmiadzín é a verdadeira lança de Longinus e que o apóstolo Bartolomeu, considerado um de seus fundadores, foi quem a levou para este local. Uma imagem ao lado do altar maior da Catedral faz uma referência direta mostrando Bartolomeu segurando a lança.

Apesar desta afirmação dos armênios, segundo a tradição católica, esta lança sem sua ponta é conservada e venerada na Basílica de São Pedro no Vaticano, enquanto a ponta se encontra na Santa Capela de Paris.

Etimologicamente, Echmiadzín significa “Descendência do Filho único”, porque segundo uma tradição antiga, este foi o lugar onde São Gregório teve uma visão de Cristo descendendo do céu e batendo na terra com um martelo de ouro para demonstrar que a Catedral deveria ser construída.

Deste modo, o primeiro Patriarca Armênio deu à igreja e à cidade o novo nome de Echmiadzín, que pode ser traduzido como “lugar onde descendeu o Único Engendrado”.

A Armênia sofreu distintas invasões ao longo de sua história; em 1990, proclamou sua independência, depois de separar-se da União Soviética.

Entre 1915 e 1923, mais de um milhão e meio de armênios foram massacrados nas mãos do império Turco-Otomano, o que é conhecido como o genocídio armênio.

Em abril de 2015, por ocasião dos 100 anos do massacre, o Papa reconheceu este genocídio e lamentou que “ainda hoje sentimos o grito sufocado e descuidado de tantos de nossos irmãos e irmãs impotentes, que, por causa de sua fé em Cristo ou de sua pertença étnica, são publicamente e atrozmente assassinados”.

No dia 13 de maio, a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou o programa de atividades do Papa Francisco para sua viagem apostólica à Armênia.

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