Durante a homilia do Papa Francisco na manhã desta segunda-feira na Missa na capela da Casa Santa Marta, falou acerca da importância de não julgar os outros, pois o único que pode fazê-lo é Deus, e nos pede para nos olharmos no espelho antes de fazê-lo.

“Todos nós queremos que no Dia do Juízo, o Senhor nos olhe com benevolência, que se esqueça das coisas feias que fizemos na vida”. “Se você julga continuamente os outros, será julgado com a mesma medida”, recordou.

“Olha no espelho... mas não para se maquiar, para que não se vejam suas rugas. Não, não, não é este o conselho.... Olha no espelho para ver você mesmo, como é. ‘Por que olha o cisco que está no olho do seu irmão e não percebe a trave que está no seu? Como você pode dizer a seu irmão ‘Deixa eu tirar o cisco do seu olho, enquanto não presta atenção na trave que está no seu olho? ’. E como nos define o Senhor, quando fazemos isso? Com uma só palavra: ‘Hipócrita’. Tira primeira a trave do seu olho, e só então, poderá ver direito e tirar o cisco do olho do seu irmão”.

Deste modo, o Papa comentou o Evangelho do dia e mencionou que “fica um pouco com raiva aqui”, nos chama de hipócritas quando nos colocamos no lugar de Deus”. Isto, acrescentou, é o que a serpente persuadiu a fazer Adão e Eva, pois “queriam tomar o lugar de Deus”, repetiu.

“Por isso é feio julgar. O juízo é só de Deus, somente d’Ele! A nós o amor, a compreensão, rezar pelos outros quando vemos coisas que não são boas, mas também falar com eles: ‘Mas, olha, eu vejo isso, talvez ...” Mas jamais julgar. Nunca. E isso é hipocrisia, se nós julgamos”.

Quando julgamos, continuou, “nós nos colocamos no lugar de Deus”, mas “o nosso julgamento é um julgamento pobre”, nunca “pode ser um verdadeiro julgamento”.

O Santo Padre se perguntou então: “E por que o nosso não pode ser como o de Deus? ” “Porque –respondeu - no nosso julgamento falta a misericórdia. E quando Deus julga, julga com misericórdia”.

“Pensemos hoje no que o Senhor nos diz: não julgar, para não ser julgado; a medida, o modo, a medida com a qual julgamos será a mesma que usarão para conosco; e, em terceiro lugar, vamos nos olhar no espelho antes de julgar. ‘Mas aquele faz isso... isto faz o outro...’ ‘Mas, espere um pouco... ', eu me olho no espelho e depois penso. Pelo contrário, eu vou ser um hipócrita, porque eu me coloco no lugar de Deus e, também, o meu julgamento é um julgamento pobre; carece-lhe de algo tão importante que tem o julgamento de Deus, falta a misericórdia”.

Que o Senhor nos faça entender bem essas coisas, concluiu.

Evangelho comentado pelo Papa:

Evangelho de São Mateus 7, 1-5

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Não julgueis, e não sereis julgados. Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes. Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho? Ou, como podes dizer a teu irmão: ‘Deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.

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