“Nossa mensagem é o encontro de hoje”, afirmou nesta segunda-feira o Papa Francisco ao concluir a audiência privada com o Grande Imã de Al-Azhar, o professor Ahmad Muhammad Al-Tayyib, no Vaticano, onde dialogaram sobre paz no mundo, o rechaço à violência e ao terrorismo, a situação dos cristãos e as tensões no Oriente Médio.

O encontro aconteceu no Palácio Apostólico hoje ao meio dia. A Santa Sé informou que a reunião “foi muito cordial e durou cerca de trinta minutos”. “O Papa e o Imã ressaltaram a grande importância deste novo encontro no contexto do diálogo entre a Igreja católica e o Islã”, acrescentou.

O Papa Francisco presenteou o Grande Imã com uma medalha da oliveira da paz e uma cópia de sua Encíclica Laudato Si'.

Na audiência, “ambos se concentraram principalmente no tema do compromisso comum das autoridades e fiéis com a paz no mundo, no rechaço à violência e ao terrorismo e na situação dos cristãos e sua proteção no contexto dos conflitos no Oriente Médio”.

Depois da audiência com o Pontífice, o líder muçulmano e sua delegação tiveram um breve encontro com o Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, e com Secretário do mesmo Dicastério, Dom Miguel Ángel Ayuso Guixot.

A Universidade Al-Azhar foi fundada pela dinastia dos Fatimidi no final do século X, junto à mesquita do mesmo nome. É um dos maiores centros de estudo e divulgação dos princípios jurídicos do Islã sunita.

Desde 1961, este centro de estudos, sob a liderança do Presidente Nasser, foi secularizado e seu atual currículo não é exclusivamente religioso. Entretanto, os princípios básicos continuam sendo os mesmos.

O único Pontífice que visitou a Universidade Al-Azhar foi São João Paulo II, no ano 2000.

Embora a relação entre a Igreja e este centro tenha tido suas desigualdades, a primeira visita do Grande Imã foi possível graças aos gestos do Papa Francisco. A Universidade Al-Azhar se somou aos rechaços contra o Estado Islâmico (ISIS), ao condenar a decapitação dos 21 cristãos coptas na Líbia em fevereiro de 2015.

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