Em uma entrevista concedida ao jornal La Razón, o Arcebispo de Colônia, Cardeal Joachim Meisner, revelou que com a eleição do Papa Bento XVI se retomou o programa original da próxima Jornada Mundial da Juventude, e se espera a participação de um milhão de jovens.

“Sempre estimamos que 800 mil. Mas acredito que agora, como vamos contar com dois Papas –um no céu e outro na terra–, seguro que virão um milhão de jovens”, indicou o Cardeal.

“João Paulo II foi o que convidou aos jovens à Jornada Mundial da Juventude. Ao enterro do Pontífice acudiram a Roma cerca de quatro milhões de pessoas, muitos deles jovens. E no ‘Habemus Papam’, 80 por cento eram jovens. Estou convencido de que poderemos contar com um milhão de jovens. O Cardeal Rouco (Arcebispo de Madri) me disse que da Espanha virão muitos, porque a Espanha não está longe de Colônia”, indicou.

O Cardeal revelou que foi “o primeiro cardeal alemão que prometeu fidelidade à Papa. Queria lhe dizer: ‘Santo Padre, bem-vindo a Colônia’, mas estava tão emocionado que não pude dizer nada. Então, o Santo Padre me disse: ‘Venho a Colônia e me alegro de ir a Colônia’. Não precisei convidá-lo. Convidou-se ele. E achei certo, porque é sua Jornada Mundial da Juventude, não a minha”.

Segundo o Cardeal Meisner, “o Santo Padre vem a Colônia porque seu antecessor convidou aos jovens a participar de Colônia na XX Jornada Mundial da Juventude. Esta jornada não é um ato da Igreja na Alemanha, mas sim é um ato do Papa. É sua Jornada Mundial da Juventude. Esse ano se celebram sob um tema concreto: a adoração dos Três Reis Magos a Jesus Cristo”.

Sobre os preparativos, assegurou que “está quase tudo preparado. Os que estão colaborando se encontravam nesta ocasião em uma situação muito difícil. Não sabíamos o que aconteceria com o Papa doente. Que programa lhe podíamos oferecer? Um grande programa, depois um programa pequeno, depois um programa menor ainda. Agora podemos voltar para o programa grande original”.

O “Mozart da teologia”

Faz algumas semanas, o Cardeal Meisner cunhou o apelativo do Mozart da teologia” para o Papa Bento XVI. Conforme explicou a La Razón, “significa que o Santo Padre é entre os teólogos como Mozart entre os músicos. Sua teologia é verdadeira e é bonita. É como a música do Mozart”.

“Conheço o Papa faz 35 anos e somos amigos. Quando vi que com 78 anos, a uma idade em que outros estão aposentados, ele devia fazer-se cargo de uma missão tão grande e o fazia com tanto encanto e inteligência, emocionei-me interiormente e as lágrimas surgiram. Sou um homem e não um aparelho. E um homem com coração pode chorar”, indicou ao recordar a eleição de seu compatriota.

Para o Cardeal Meisner, o novo Pontífice “é inteligente como doze professores e piedoso como um menino de Primeira Comunhão”.