“Ninguém está além do poder da conversão, porque ninguém está além do poder de Cristo”, disse Abby Johnson, ex-diretora da clínica multinacional do aborto Planned Parenthood do Texas, a um grupo de estudantes da Universidade de Georgetown (Estados Unidos), na última quarta-feira.

“Hoje, estou diante de vocês como uma testemunha do poder da conversão”, disse a ex-diretora convertida ao catolicismo e que atualmente é ativista pró-vida. Suas declarações foram dadas em uma palestra programada no mesmo dia em que a presidenta da Planned Parenthood, Cecile Richards, pronunciou uma conferência para os estudantes do campus.

Fazendo uma reflexão sobre a exposição de Richards, Abby expressou: “Acredito que um dia – tenho fé – não seria eu que estarei falando aqui e defendendo a santidade da vida humana. Creio que um dia Cecile Richards estará no meu lugar”.

O discurso de Johnson foi parte da programação da Semana da Vida 2016 em Georgetown. Na terça-feira, 19, liderando o painel pró-vida, esteve a congressista republicana Marsha Blackburn, que também preside a comissão que investiga a Planned Parenthood, acusada de traficar órgãos de bebês abortados.

Por outra parte, um grupo de Students for Life (Estudantes pela Vida) organizou um protesto contra Cecile Richards na quarta-feira, 20, antes da exposição de Abby Johnson.

Richards foi convidada ao campus pelo grupo de estudantes Lecture Fund, que recebeu todo o apoio da universidade. Isto provocou críticas por parte da Arquidiocese de Washington “pela falta de consciência daqueles que impulsionam a violência do aborto”.

A Planned Parenthood é a maior promotora abortista dos Estados Unidos, pois realiza mais de 300 mil abortos por ano. “A comunidade jesuíta no campus viu claramente reduzido seu trabalho por esta organização e deve percorrer um longo caminho, pois quer ensinar em Georgetown alguns dos valores do Papa Francisco”, indicou a Arquidiocese.

Em 2012, a universidade também provocou polêmica ao convidar a então Secretária do Departamento de Saúde e Serviços Sociais dos Estados Unidos (HHS), Kathleen Sebelius, para dar um discurso nas cerimônias de graduação.

Naquela ocasião, muitas organizações católicas, sob a ameaça de fortes multas, receberam um mandato do HHS que era contra o ensinamento da Igreja e obrigava a proporcionar cobertura para o “controle da natalidade” dos seus funcionários.

Durante sua exposição, Abby Johnson insistiu na importância da oração, perseverança e confiança em Deus para superar o mal do aborto. “Do coração de Cristo, podemos criar os argumentos mais belos do mundo para estar a favor da vida”, acrescentou.

Também exortou os estudantes a ter esperança na conversão de mais trabalhadores da clínica e líderes pró-aborto. “Se somos pessoas de fé, devemos acreditar nisso. Acreditar na amabilidade, bondade e fidelidade de nosso Deus”, pontuou Abby.

Em seguida, assinalou que sua organização “And Then There Were None”, dedicada a ajudar ex-funcionários da clínica abortista e médicos, é um exemplo de êxito. A princípio, ela pensou que 10 funcionários que abandonavam a indústria por ano seria um enorme êxito, mas já foram registradas 218 pessoas que abandonaram a indústria em três anos, inclusive 6 abortistas de período integral.

“Ser pró-vida não se trata somente de salvar o bebê, porque, se fosse, então não seria mais que ser ‘pró-bebê’. Estamos a favor da vida e acreditamos na dignidade e no valor inerente dessas mulheres que trabalham nessas clínicas, sabemos que elas merecem algo melhor do que estão recebendo dentro dessas instalações”, explicou Johnson.

Ela também assegurou que sua meta não é apenas tornar o aborto ilegal, mas “tornar o aborto impensável para uma mulher, nunca pense que destruir a vida de um ser humano inocente é aceitável”, continuou.

Finalmente, recordou que, apesar de ficarem cansados, zangados ou frustrados, sempre “temos que recordar a bondade de Deus”.

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