A Comissão Justiça e Paz dos Bispos Católicos do Paquistão exigiu que se modifique e reestruture o plano de estudos nas escolas pois atualmente urge remover o conteúdo de ódio contra os cristãos e outras minorias.

Segundo informações da agência vaticana Fides, os bispos apresentaram recentemente em Karachi um documento intitulado “Erradicar a intolerância religiosa através da educação”.

No texto, as autoridades assinalam que “a estrutura da instrução escolar deve ser alterada e os currículos escolares devem ser modificados”.

Kashif Aslam, um dos membros da Comissão, revelou que o organismo dos Bispos estudou e analisou 70 livros didáticos e apontou que o material publicado no relatório é apenas 25% do identificado na análise. 

Em comparação com os livros didáticos usados nas escolas públicas da província de Punjab, os da província de Sindh “contêm menos preconceitos em relação às minorias religiosas”, indicam.

A Comissão espera e recomenda um trabalho conjunto entre o Ministério de Educação paquistanês e os organismos da sociedade civil e das diversas comunidades religiosas, para intervir sobre estes textos e reformá-los, destaca Fides.

Se realmente se quer erradicar a intolerância religiosa, é preciso “começar pelo ensino dos jovens e a formação de sua mentalidade. Disso, depende o futuro harmonioso e pacífico da sociedade paquistanesa”.

O dito pela Comissão foi expresso anteriormente por Paul Bhatti, irmão de Shahbaz Bhatti, ministro católico assassinado há cinco anos por opor-se à lei de blasfêmia por meio da qual perseguem os cristãos no Paquistão.

Em uma recente entrevista, explicou que o atentado em Lahore perpetrado por terroristas islâmicos tem sua origem em que toda uma geração foi educada para odiar e matar os não muçulmanos.

Em diálogo com o jornal italiano ‘Il Sussidiario’, Paul Bhatti afirma que a situação de violência anticristã que vivem no Paquistão foi originada “pelo fato de que uma geração inteira foi educada para estar pronta para viver, morrer e matar em nome de uma ideologia imposta. Tudo isto é resultado das escolas corânicas, onde fazem lavagem cerebral nas crianças desde os quatro ou cinco anos”.

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