Nesta semana foram incendiadas outras duas igrejas no sul do Chile. A primeira na Diocese de Villarrica: foi destruída na segunda-feira, às 11h30, a capela Pe. Hurtado de Mahuidache, localizada em Quepe. A segunda foi a capela ‘Surco e Semilha’, na Diocese de Temuco, e parte da paróquia São Luís Gonzaga, destruída nesta quarta-feira.

Os incêndios destruíram totalmente os dois templos de madeira. A capela Pe. Hurtado era cuidada pela congregação do Verbo Divino, onde as Missas eram celebradas pelos sacerdotes de Gana e Vietnã. Restou como vestígio apenas uma cruz carbonizada e a gruta da Virgem, que quase não foi afetada.

O sacerdote indonésio Pe. Yuventus Adur, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, à qual pertencia a capela Pe. Hurtado, explicou que o local tinha mais de 15 anos e foi construído com o esforço da própria comunidade.

Sobre este caso, o Vigário Geral da Diocese de Villarrica, Pe. Andrés Maricán, disse que “uma capela é um sinal da presença do Senhor e o lugar onde a comunidade se reúne para celebrar a fé. É tão triste ver pessoas que realizam este tipo de atentado com essa mentalidade destruidora, que procuram conseguir certos objetivos que podem ser legítimos, mas este não é o caminho”.

Outros atentados contra igrejas

Os incêndios nas capelas Pe. Hurtado e ‘Surco e Semilha’ se somam a outros quatro atentados nesta região em 2016, mais três em igreja evangélica. Na área, segundo o Escritório de Assuntos Religiosos (ONAR), vive 55 por cento de população mapuche católica e 37 por cento de evangélicos.

A situação preocupa tanto as comunidades religiosas quanto as autoridades da Igreja e do governo. Sobretudo porque neste local foi encontrado um tecido escuro com as letras PPM que significaria Presos Políticos Mapuche, de acordo com a investigação da polícia.

O Bispo de Villarrica, Dom Francisco Javier Stegmeier, disse ao jornal ‘El Mercúrio’: “Intolerância de algumas pessoas, não entendemos sua motivação, o único que entendemos e acreditamos é que querem causar danos às pessoas que têm fé”.

A fim de evitar outros ataques, começaram um plano de vigilância de templos nesta região para evitar novos ataques. Além disso, fizeram uma queixa por delito de incêndio com agravantes de atentar contra objeto de culto segundo a atual Lei de Segurança do Estado e Lei de Armas.

O intendente da região da Araucanía, Andrés Jouannet, expressou ao jornal ‘La Tercera’ que este tipo de ato “atenta contra o coração do povo mapuche, porque os que vivem ali são comunidades que construíram seus próprios recintos, como no caso de Quepe”.

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