O livro “Deus ou Nada – entrevista sobre a fé”, que traz uma vasta conversa do Prefeito da Congregação para o Culto Divino, Cardeal Robert Sarah, com o jornalista Nicolas Diat, chegará ao Brasil na segunda quinzena de abril. No texto, assuntos diversos são abordados, sempre com o olhar da fé, expresso pelo Purpurado.

Neste livro-entrevista, o Cardeal Sarah fala sobre novos paradigmas da Igreja que, por sua orientação, deveria ouvir muito mais os católicos procedentes de culturas onde a fé ainda é incipiente e menos os que estão preocupados com os problemas particulares das Igrejas do Ocidente.

Questões como o drama de abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero também são abordados, trazendo a enérgica e decisiva reação de João Paulo II, Bento XVI e Francisco com sua política de tolerância zero.

Entre os temas que norteiam a entrevista estão ainda as grandes teses do mundo pós-moderno, que vive como se Deus não existisse, as intensas discussões sobre política, permeadas com a história de vida do Cardeal e da Igreja em sua terra natal.

À família é dedicado o capítulo intitulado “As pedras angulares e os falsos valores”, que trata dos desafios pastorais da defesa da sacralidade da vida, da natureza sacramental do matrimônio, da santidade da família.

O Cardeal declara que a sua preocupação “é mais devido à forma como alguns estados e organizações internacionais estão tentando impor em todos os sentidos, etapas, muitas vezes forçados, a filosofia destrutiva do gênero”.

Nascido num pequeno povoado do continente africano, em uma família humilde da etnia coniagui, que vivia em uma modesta casa de alvenaria próxima à capital da Guiné, o agora Cardeal Sarah deixou a casa dos pais aos onze anos para entrar no seminário menor, levando consigo apenas um tesouro, uma mala confeccionada pelo próprio pai.

Após ter sido ordenado sacerdote em um país destruído por uma das mais sangrentas ditaduras da África, tornou-se, aos trinta anos, pelas mãos de Paulo VI, o mais jovem Arcebispo do mundo e lutou com uma energia extraordinária para libertar o seu povo.

João Paulo II o chamou ao Vaticano em 2001 para servir como Secretário para a Evangelização dos Povos. Bento XVI o sagrou Cardeal em 2010 e Francisco o fez um de seus mais próximos colaboradores, nomeando-o prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Na entrevista que deu origem ao livro “Deus ou Nada”, o jornalista e escritor Nicolás Diat pediu ao Cardeal africano que resumisse a eternidade em três palavras. Em sua simplicidade, respondeu: “a vida, o amor e a comunhão”.

No prefácio da obra a ser publicada pelas Edições Fons Sapientiae, selo editorial da Distribuidora Loyola, o Arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, afirma que “o Cardeal Sarah tem, além de ideias claras, a capacidade de apresentá-las de forma direta”.

Também sobre esta obra, o Papa emérito Bento XVI diz ter lido o livro “com grande aproveitamento espiritual, alegria e gratidão”.

“Seu testemunho sobre a Igreja na África que sofreu durante a época do marxismo e seu exemplo de uma vida espiritual vibrante, tem grande importância para a Igreja. É extremamente importante e profundo quando expõe sobre a centralidade de Deus, a celebração da liturgia e a vida moral dos cristãos. Sua resposta corajosa para as abordagens de ‘teoria de gênero’, esclarece uma questão antropológica fundamental”, expressou o Papa emérito.

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