Na Páscoa, os cristãos iraquianos se reuniram em Bagdá (Iraque), mas tiveram que fazer as celebrações com certa moderação por temor de que o Estado Islâmico (Daesh ou ISIS) acabe com sua reduzida comunidade.

“Nós estamos ameaçados de extinção. Essa é uma palavra dura, mas a cada dia estamos acabando. Nosso povo está viajando, emigrando”, disse à agência Reuters o Padre Muyessir al-Mukhalisi, um sacerdote caldeu da Igreja de São Jorge ao leste de Bagdá.

“A pergunta é: o que vem depois da liberação do Mossul?”, disse o Pe. Mukhalisi em referência à cidade invadida pelo ISIS em 2014. Ele sugeriu que o governo de Bagdá precisa fazer mais para proteger os cristãos nas zonas que estão sob seu controle.

“Pensando apenas na libertação de Mossul, não proporciona alívio aos cristãos”, ressaltou.

Por sua parte, o Bispo Auxiliar de Bagdá, Dom Basilio Yaldo, encorajou os cristãos a não pensar em vingança, mas a perdoar porque a mensagem de misericórdia de Jesus “nunca foi mais relevante do que é atualmente no Iraque”.

“Desde a nossa juventude, fomos criados com a ideia do amor e da tolerância”, disse depois da Missa uma jovem voluntária, Reem Paulis Saada. “Não vou procurar vingança. O que ganharia me vingando?”, perguntou a jovem que perdeu vários parentes nos crimes cometidos pelo Estado Islâmico.

Em 2014, os cristãos de Mossul foram obrigados a fugir quando o ISIS invadiu a cidade e começou a destruir os lugares religiosos de séculos de antiguidade.

Deste modo, os membros da minoria cristã tiveram que se deslocar para a capital (Bagdá) e outras cidades principais, enquanto outros se uniram aos grupos que fogem à Europa.

O Iraque foi tradicionalmente o lar de diferentes igrejas de rito oriental, católico e ortodoxo.

Atualmente, os cristãos representam algumas centenas de milhares de pessoas, ante cerca de 1,5 milhão antes da invasão do Iraque liderada pelos EUA em 2003.

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