Os Cavaleiros de Colombo, maior organização leiga do mundo, manifestaram seu agradecimento ao governo dos Estados Unidos por ter reconhecido o genocídio de cristãos cometido pelo grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS, na sigla em inglês), no Oriente Médio.

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, assinalou na quinta-feira, 17, que o Estado Islâmico (Daesh, em árabe) “é responsável por genocídio contra grupos em áreas sob seu controle, incluindo yazidis, cristãos e muçulmanos xiitas”.

“Daesh também é responsável por crimes contra a humanidade e limpeza étnica dirigida a estes mesmos grupos e, em alguns casos, também contra muçulmanos sunitas, curdos e outras minorias”, disse Kerry.

Em um comunicado difundido após a mensagem de Kerry, o diretor geral dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson, qualificou o anúncio do Secretário de Estado como “correto e verdadeiramente histórico”.

“Muito poucas vezes na nossa história, Estados Unidos designou uma situação como genocídio, e o Departamento de Estado deve ser elogiado por haver tido a valentia de dizê-lo”, assinalou Anderson.

Esta declaração, precisou, é somada às vozes da Câmara de Representantes do Congresso dos Estados Unidos, do povo americano e da comunidade internacional para exigir que a violência do Estado Islâmico contra as minorias religiosas “deve acabar”.

Anderson destacou que “os Estados Unidos e o mundo estão unidos nisto e simplesmente não olharão para outro lado”.

“Os Cavaleiros de Colombo têm o prazer de haver trabalhado com o Departamento de Estado, ao proporcionar-lhe um relatório com aproximadamente 300 páginas de provas convincentes de que estava ocorrendo um genocídio contra cristãos, assim como outras minorias religiosas”, assinalou.

Em seguida, o diretor executivo dos Cavaleiros de Colombo sublinhou que depois da declaração do governo americano, o país “deve continuar focado naqueles que estão sendo assassinados neste genocídio”.

Os Estados Unidos junto à comunidade internacional “devem assegurar-se de que esta matança termine e que estas pessoas inocentes estejam protegidas”, demandou.

“Ainda há muito trabalho a fazer, mas isto representa um passo importante”, destacou.

Por sua parte, o diretor executivo de Alliance Defending Freedom (ADF) International, Douglas Napier, indicou que Kerry, ao usar a palavra genocídio, “reconheceu um nome apropriado para as ações do ISIS contra os cristãos e outras minorias religiosas”.

“Este reconhecimento é um primeiro passo no processo necessário para que os Estados Unidos, as Nações Unidas e a comunidade internacional detenham a matança no Oriente Médio”, disse.

A ADF International esteve muito comprometida a fim de fornecer evidência e análise legal, tanto ao Departamento de Estado e ao Congresso dos Estados Unidos, como ao Parlamento Europeu, as Nações Unidas e outros organismos internacionais.

O papel das Nações Unidas

Napier destacou que os Estados Unidos têm “um papel determinante” no Conselho de Segurança das Nações Unidas, para “apoiar um recurso à Corte Criminal Internacional a fim de condenar e perseguir os acusados de cometer” os crimes no Oriente Médio.

“A partir do momento que foi reconhecido o genocídio, os 147 países que fazem parte da Convenção de Genocídio das Nações Unidas, inclusive os Estados Unidos, têm a obrigação de fazer tudo o que puderem para acabar com a matança de pessoas inocentes”, explicou.

De acordo com as cifras da ADF, o número de cristãos na Síria foi reduzido de 2 milhões a menos de um milhão, desde que o Estado Islâmico desatou a onda de violência. No Iraque, os cristãos diminuíram de 1,4 milhões a 260 mil.

As atrocidades cometidas pelo ISIS, explica o organismo internacional, são “assassinato de líderes religiosos, tortura, matanças, sequestros, escravidão sexual e violação sistemática de crianças, mulheres cristãs e yazidis; e a destruição de igrejas, monastérios e cemitérios”.

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