Hillary Clinton e Bernie Sanders, pré-candidatos presidenciais do Partido Democrata dos Estados Unidos, receberam fortes críticas por recentemente ter defendido o aborto, o que, segundo muitos críticos, os afasta do sentimento majoritário dos americanos.

“Finalmente perguntaram a Hillary Clinton e Bernie Sanders acerca do aborto ontem à noite e sabemos por que (o tema) foi evitado até hoje: ambos se opõem às leis que protegeriam o não nascido de abortos tardios brutalmente dolorosos depois dos cinco meses de gestação”, disse no dia 8 de março Marjorie Dannenfelser, presidente da organização pró-vida americana Susan B. Anthony List.

O tema do aborto surgiu durante o debate democrata no dia 7 de março, organizado pela rede de notícias Fox News. O apresentador Bret Baier perguntou tanto a Clinton como a Sanders sobre seu apoio ao aborto e se aceitariam qualquer limite à legalidade do procedimento.

Os críticos pró-vida sugeriram que ambos os candidatos evitaram uma resposta direta a esta pergunta, porque seus pontos de vista são muito mais extremos que os do público americano.

Ao ser perguntado sobre se haveria alguma circunstância ou momento da gestação no qual estaria a favor de ilegalidade do aborto, Sanders respondeu: “Esta não é uma pergunta sobre se estou de acordo… acho que não está bem que o governo diga a uma mulher o que deve fazer com seu próprio corpo”.

“Acredito e entendo que existem pessoas honestas. Ou seja, tenho muitos amigos, alguns apoiam e outros não estão de acordo”, continuou. “Eles têm um ponto de vista diferente e respeito cada um deles. Mas esse é o meu ponto de vista”.

Sanders criticou os membros do Partido Republicano que querem cortar programas sociais, “mas de alguma forma querem dizer a todas as mulheres nos Estados Unidos o que elas devem fazer com seu corpo”.

Pressionado pelo apresentador a fim de que fale especificamente se consideraria propostas apoiadas por alguns democratas para proibir o aborto depois dos cinco meses de gestação, com algumas exceções, Sanders respondeu: “Sou fortemente ‘pró-escolha’. Essa é uma decisão que deve ser feita pela mulher, seu médico e sua família. Esse é o meu ponto de vista”.

Em seguida, Baier também perguntou a Clinton a respeito deste tema. “Acredita que uma criança deveria ter algum direito ou proteção legal antes de nascer? Ou opina que não deveria haver nenhuma restrição ao aborto em qualquer etapa da gestação?”.

Indicando que atualmente as restrições ao aborto no estado do Texas estão pendentes de uma sentença da Corte Suprema, Clinton advertiu que alguns legisladores querem restringir os direitos das mulheres.

“Como Roe vs. Wade, está enraizado na Constituição, as mulheres têm o direito de fazer esta decisão pessoal com sua família, de acordo com sua fé, com seu médico. Não seria um direito se estivesse totalmente limitada e condicionada”, expressou.

“Deste modo, acho que devemos continuar defendendo o direito que a mulher tem de fazer estas decisões, e defender a Planned Parenthood, a qual realiza um bom trabalho em todo o país”.

Quando lhe pediram para esclarecer sua postura, Clinton acrescentou: “Consta que estive a favor da regulação da gravidez avançada que teria exceções para a vida e para a saúde da mãe”.

“Entretanto, me oponho ao recente esforço no Congresso a fim de aprovar uma lei dizendo que depois das 20 semanas, você sabe, não haja tais exceções, porque embora estes sejam estranhos, Bret, as vezes acontecem nas situações médicas mais complexas, difíceis”.

Líderes pró-vida criticaram estas declarações. Dannenfelser qualificou a declaração de Clinton do suposto apoio a “regulação de gravidez avançada” como “uma total fantasia”.

Ela sublinhou que um “limite ao aborto tardio começando aos cinco meses com base na dor da criança realmente salvaria vidas, protegeria mães e é apoiado com entusiasmo por uma maioria de americanos, especialmente mulheres”.

“Clinton sabe que seu apoio ao aborto tardio é um risco e está tentando escondê-lo desesperadamente”, disse, apontando inúmeras pesquisas nacionais que mostram que uma maioria de americanos apoia que sejam colocados limites ao aborto depois dos cinco meses.

Maureen Ferguson, assessor político sênior de ‘The Catholic Association’, também rechaçou as declarações de Clinton.

“A senhora Clinton tentou ocultar atrás de uma exceção de ‘saúde’ sua defesa ao aborto tardio, mas ela sabe muito bem que a Corte Suprema definiu ‘saúde’ tão ampliamente que inclui ‘todos os fatores’, inclusive saúde emocional, tamanho da família e a idade da mulher”, disse Ferguson.

“O expediente de Hillary Clinton com relação ao apoio do uso de dinheiro do contribuinte para financiar abortos, assim como seu voto contra a proibição de abortos de nascimento parcial, revela uma profunda indiferença pela santidade da vida humana, um tema que deveria ser uma consideração fundamental no momento de decidir por quem votar”, assinalou.

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