Os assassinatos do Iêmen não deterão o itinerário de serviço e misericórdia que as Missionárias da Caridade realizam, afirmou um importante líder católico de Calcutá (Índia), cidade na qual a Beata Madre Teresa fundou a congregação religiosa.

 

Em declarações ao jornal ‘Times of India’, Sunil Lucas, presidente da World Catholic Association for Communication, disse de Calcutá que “a Madre Teresa sempre chegou aos cantos mais afastados do mundo sem importar-se com a situação. Ela visitou a Palestina quando o clima neste lugar ainda era tenso. As irmãs da Caridade seguem seus princípios e ensinamentos e nunca deixarão suas responsabilidades devido aos riscos”.

“Seu trabalho é chegar aos mais necessitados em nome de Deus. Os assassinatos do Iêmen não terão impacto nenhum no itinerário das irmãs”, precisou.

Estes acontecimentos, continuou, não são algo novo para as missionárias. “Centenas de cristãos morreram e perderam suas propriedades durante os ataques em Kandhamal no estado de Orissa há alguns anos (2007-2008). Queimaram povoados e as pessoas foram massacradas. E este acontecimento não deteve as missionárias”.

“Muitas delas se vestiram sem o hábito e se misturaram entre as pessoas a fim de continuar servindo. Mas, as missionárias da Caridade não vão abandonar as suas obras e continuarão trabalhando como fizeram até agora”, disse Lucas.

As religiosas, prosseguiu, “são conscientes das ameaças que existem em alguns lugares do mundo, mas elas estão em missão e não se deterão por medo destes ataques”.

Por sua parte, a pintora Sunita Kumar, associada durante anos às religiosas na Índia, comentou que “nunca havia acontecido nada como isto. Isto é uma desgraça, pois as irmãs missionárias vão pelo mundo ajudando os pobres e as pessoas que sofrem”.

Em declarações a outro meio de comunicação da Índia, Kumar disse ainda que “não tínhamos sofrido isto nem sequer em Beirute (Líbano) na década dos anos 80. O que aconteceu em Áden foi realmente a pior violência contra as religiosas”.

As religiosas foram atacadas na última sexta-feira, 4, aproximadamente às 8:30 (hora local), enquanto serviam o café da manhã aos idosos e deficientes que atendiam no albergue de Áden. Morreram com os aventais no corpo. Os homicidas assassinaram outras 12 pessoas que as ajudavam e supostamente sequestraram um sacerdote indiano, Pe. Tom Uzhunnalil, que morava neste centro.

As irmãs Anselm (57), Reginette (32), Margarida (44) e Judith (41) morreram como “mártires da caridade, mártires porque testemunharam a Cristo e compartilharam o lugar de Jesus na Cruz”, disse sobre elas Dom Paul Hinder, Vigário Apostólico da Arábia do Sul.

A quinta religiosa que atendia o centro, a irmã Sally, está hospitalizada em Áden.

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