A plataforma CitizenGO visitou recentemente o Curdistão, região do Iraque na qual estão milhares de refugiados cristãos que fugiram da perseguição do Estado Islâmico (ISIS). Em meio desta situação difícil, eles são exemplo de fortaleza na fé e a esperança, destacou o diretor de campanhas CitizenGO, Luis Losada.

Em declarações ao Grupo ACI, Losada assinalou que o objetivo da viagem da equipe do CitizenGO ao Iraque “foi conhecer a tragédia do genocídio cristão cometido pelo chamado Estado Islâmico”.

“Também trazemos a ajuda e doações feitas pelos nossos usuários e tivemos o privilégio de ver como a solidariedade, embora seja pequena, transforma vidas concretas”, indicou.

Losada destacou o caso de um homem idoso, “que cuida de sua neta que ficou órfã devido aos ataques do ISIS”, que sofre de diabetes e por isso perdeu a visão. Os membros e doadores de CitizenGO, indicou, “financiaram sua operação e hoje podemos dizer que é um homem novo”.

A equipe da plataforma internacional visitou também uma casa de universitários, cujos estudos são financiados pela Arquidiocese de Kirkut e ao qual CitizenGO quis apoiar financeiramente.

“São 395 estudantes expulsos pelo radicalismo islâmico de Mossul”, explicou Losada. Nesta situação, disse, “a Igreja quer que recuperem seus estudos para poder construir esperança e futuro”.

Na região também se reuniram com autoridades da Igreja no Iraque, como o Arcebispo de Erbil, Dom Bashar Matti Warda, e o Arcebispo de Kirkuk, Dom Yousif Thomas Mirkis.

 

Segundo o diretor de campanhas da plataforma internacional “o pior de tudo não é a situação na qual vivem de grande austeridade, mas sobretudo por que a vida deles foi interrompida, e como será o seu futuro”.

“A vida deles foi interrompida de uma forma muito trágica, com a chegada do Daesh, do Estado Islâmico. Muitos têm familiares que foram assassinados ou que ainda continuam sequestrados”, lamentou.

Muitos dos refugiados, explicou, “não sabem como será o seu futuro, pois têm medo de voltar para Mossul, de onde são a maioria, Mossul, Qaraqosh, porque foram denunciados pelos seus vizinhos muçulmanos e, por isso, atualmente seria difícil conviver novamente perto deles”.

“Apesar disso, o mais importante não é a ajuda material, mas a espiritual, porque eles são um exemplo de fortaleza na fé e na esperança. Não renunciaram a sua fé, não procuram vingança e continuam perdoando aos que os perseguem”, disse o diretor de campanhas de CitizenGO.

Em seguida, Losada sublinhou que os cristãos no Iraque “são uma Igreja mártir com uma larguíssima história de perseguição. Eles são a vanguarda da Igreja e o mínimo que podemos fazer desde nossa Igreja ocidental é apoiar os nossos irmãos com nossa ajuda material, nossa solidariedade e nossas orações”, assinalou.

Muitos refugiados acreditam que logo acontecerá uma intervenção militar para libertar Mossul, o que “será uma grande esperança”, indicou. “Mas, o difícil virá depois: reconstruir não só a cidade, mas principalmente a convivência”, precisou.

Ante as dificuldades para voltar aos seus lugares de origem, Losada indicou que muitos dos refugiados “procuram seu futuro na Europa”. Por isso pedem ser acolhidos nos países europeus.

Mas ao mesmo tempo, assinalou, os cristãos iraquianos aconselharam os europeus “que não sejamos ingênuos e saibamos que entre muitos desses migrantes e supostos refugiados poderia haver membros do Estado Islâmico infiltrados”.

Como parte da expedição de CitizenGO, foram entregues convites para a segunda edição do Congresso “Todos somos nazarenos”, em defesa da liberdade religiosa, o qual irá acontecer este ano em Nova Iorque (Estados Unidos).

CitizenGO lançou também uma campanha para exigir às Nações Unidas que reconheçam e condenem o genocídio contra os cristãos vítimas do Estado Islâmico. Para assinar esse pedido, acesse este link: http://www.citizengo.org/pt-pt/node/32661

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