O Papa Francisco recebeu na manhã do último sábado, 27, o novo Presidente da República Argentina, Mauricio Macri, no Vaticano. Este foi o primeiro encontro entre eles, depois que o mandatário foi eleito presidente em dezembro de 2015.

O encontro durou 22 minutos e aconteceu na Biblioteca do Palácio Apostólico. Junto ao presidente estava sua esposa e uma delegação do governo.

“Bom dia, senhor presidente, como vai? ”, saudou Francisco a Macri no início deste encontro. “Como vai, Francisco? Um prazer”, respondeu o presidente.

 

Pouco antes de finalizar a audiência, na qual falaram em espanhol, trocaram presentes entre eles. O Pontífice lhe entregou um medalhão decorado com uma oliveira. “Eu gosto de dar de presente este medalhão aos chefes de estado. É uma oliveira com dois ramos”. Ao entregar a medalha, disse que a imagem simbolizava a unidade quando “algo no meio não funciona”, “algo que está separado e a oliveira o une”, explicou Francisco. O medalhão contém uma inscrição que diz: “Procura o que une e supera o separado”.

O Papa também lhe presenteou com um exemplar da exortação apostólica Evangelii Gaudium e com uma cópia de sua encíclica Laudato Si: “Isto é para o cuidado do meio ambiente e a doutrina social da Igreja”, disse a Macri.

O mandatário, por sua parte, entregou ao Pontífice uma Cruz de Matará (cruz elaborada em madeira da tribo nativa argentina de Matará, evangelizada no século XVI) e um poncho de vicuña marrom clara. Também lhe entregou uma coleção de doze CDs de música tradicional argentina: tangos e chamamé.

 

Por sua vez e como de costume durante estes encontros, o presidente se reuniu com o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin.

Logo depois do encontro, o Presidente participou de uma coletiva de imprensa na embaixada da Argentina ante a Santa Sé, na qual falou sobre a reunião com o Papa Francisco. “Estou muito contente por esta reunião, por encontrar-me novamente com ele” como “dois velhos conhecidos em um novo papel, que há alguns anos seria impossível imaginá-lo. Ele era Arcebispo de Buenos Aires e eu prefeito dessa mesma cidade”.

Durante a audiência, “percorremos uma agenda dos momentos vividos na Argentina, as coisas que acontecem no mundo e ratificamos naquilo que possamos colaborar em conjunto e o faremos, e também estar em contato como corresponde”, disse Mauricio Macri.

“Falei sobre a minha grande preocupação de unir os argentinos, de deixar para trás os rancores e disputas do passado para trabalhar em uma agenda comum que nos vincule ao futuro e que resolva os problemas do país que nosso querido Papa conhece tão bem, e também resolver os problemas do narcotráfico”.

“Falamos disto e do dano que causou a Argentina. Disse ainda que espero que possamos não somente interatuar sempre e trabalhar em conjunto, mas trabalhar intensamente com a Igreja argentina que tem tanta visão da realidade social de nosso país”.

Em seguida, “lhe disse que para nós seria uma alegria que visitasse a Argentina e ele me disse que este ano sua agenda não o permite, mas que o antes possível irá visitar-nos”, explicou sobre uma possível visita do Papa a seu país natal.

Por sua parte, o Santo Padre “também me disse que é muito importante que nosso país restabeleça novamente as relações com o mundo, que seja confiável para estar em um processo de atrair investimento de trabalho e falou acerca da importância de recuperar a cultura do trabalho”. “Ele está muito preocupado por isso”, acrescentou Mauricio Macri.

Em um comunicado posterior, a Sala de Imprensa da Santa Sé informou que no decorrer dos colóquios foram tratados tema de interesse mútuo, como a ajuda ao desenvolvimento integral, o respeito dos Direitos Humanos, a luta à pobreza e ao narcotráfico, a justiça, a paz e a reconciliação social.

Mais em

“Neste contexto, reiterou-se a contribuição positiva, sobretudo no âmbito da promoção humana e da formação das novas gerações, oferecida pelo episcopado e pelas instituições católicas na sociedade argentina, particularmente na atual conjuntura econômica”, concluiu o comunicado.

Confira ainda: