O Arcebispo de Denver, Dom Charles Chaput, abordou a polêmica suscitada nos Estados Unidos pelo filme Kingdom of Heaven (traduzido como “Reino do Céu” ou “Cruzadas”), e considerou que produções como estas desafiam aos cristãos a recuperar suas memórias perdidas.

Em sua coluna semanal, Dom Chaput repreendeu aos cristãos pela perda de sua identidade e história como tais dentro da cultura americana e européia. Também lamentou que a partir do filme, publicações como o New York Times mostram aos muçulmanos “coexistindo pacificamente até que os ‘cristãos extremistas’ o arruínam tudo”.

O Arcebispo de Denver assinalou que “pela influência de outros em nossas opções aqui e agora, a memória alenta a que se tome determinado caminho no futuro ao mesmo tempo que desalenta a tomar outros. Essa é a razão pela qual toda nova ideologia e geração de engenheiros sociais procuram rescrever o passado. Quem controla a memória de uma cultura também tem o poder sobre seu futuro”.

Também manifestou que os cristãos têm o dever de prevenir que os “fatos reais da história” se percam e assim evitar que Deus seja expulsodo futuro dos Estados Unidos.

Embora Dom Chaput reconheceu com humildade que houve excessos por parte dos cristãos durante as Cruzadas, ressaltou que essas ações devem ser vistas dentro de seu contexto histórico e sublinhou que também houve muito de “fé, nobreza e sacrifício pessoal” genuínos nas mesmas.

O Prelado assegurou que “a reconciliação que perdura entre as partes ofendidas começa por uma exame honesto e mútuo dos pecados passados. Para fazer isto faz falta um registro histórico preciso”.

“Como cristãos precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos dar conta de que, em ocasiões, os cristãos do passado cometeram pecados terríveis também. Precisamos convidar, com nosso próprio exemplo e com nosso compromisso por proclamar a verdade, a que outros que pecaram contra os cristãos ao longo dos séculos –em ocasiões terrivelmente– também se arrependam”, adicionou.

“Infelizmente, durante as últimas décadas a confissão dos pecados foi com freqüência um monólogo dos cristãos. Isso não é justo. Não é honesto. Definitivamente não serve à caridade porque a caridade sempre está ligada à verdade”, finalizou o Arcebispo.