A imprensa nacional destacou declarações do Arcebispo de Mérida e Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Baltazar Porras, nas quais teria dito que a intenção do governo Hugo Chávez com uma nova Lei de Cultos não é favorecer outras religiões ou associações minoritárias mas “fustigar” a Igreja.

Segundo informa um jornal local, o Arcebispo considera que as ameaças de diminuição de subsídios escolares, a revisão exaustiva do tratado com o Vaticano e a possível aprovação de uma Lei de Cultos e Religiões, fazem parte de uma estratégia para silenciar a Igreja Católica, que através dos Bispos tem sido a instituição mais firme em  denunciar os excessos deste governo.

Alguns setores fundamentalistas apóiam Chávez e justificam a decisão de mudar a Lei de Cultos sem consultar a Igreja, porque há “outros cultos” emergentes no país.

Entretanto, a CEV garante que " 90 por cento dos 25 milhões de venezuelanos foram batizados segundo as normas de Roma”.

“Os outros 85 cultos registrados legalmente no país contam com freguesia minoritária, mas mais importante ainda é que seu impacto social é reduzido comparado com as atividades que para o benefício das comunidades realiza a Igreja Católica. Isto inclui educação, saúde, albergue para os despossuídos, geriátricos, entre outros", indicou o  Episcopado.

Também afirma que "embora a proposta da distribuição de recursos equitativamente soe bastante democrática, não há dúvida de que os seguidores da Igreja Romana são uma maioria llque veio cumprindo um papel fundamental no país, não só no espiritual, mas também na promoção humana e social. Em conclusão, reconheçam ou não, a Igreja tem tido êxito nesse âmbito".

Como exemplo,  cita o caso da organização educativa Fé e Alegria que “foi uma experiência social exitosa. Não parece exagerado afirmar que, em geral, para os venezuelanos, Fé e Alegria é uma parte importante -apreciada e querida- do patrimônio nacional”.