O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Majella Agnelo disse na última quinta feira que será muito difícil o teólogo Leonardo Boff amar o papa Bento XVI. O cardeal fez essa declaração em Salvador ao comentar a frase do teólogo propagador da ideologia chamada "Teologia da Libertação"  dita logo após a eleição de Joseph Ratzinger de que esse será um papa "difícil de amar".

Dom Geraldo indicou que  Boff não é uma pessoa de fé e mostrou-se um "ingrato" em relação á Igreja Católica. Sobre o fato de o anterior Cardeal Ratzinger ter imposto o silêncio à Boff, o  presidente da CNBB acrescentou  que muitos religiosos no mundo tiveram a mesma experiência e não agiram como ele.

"Tive testemunho que essas pessoas aceitaram (a repreensão) pois tinham uma reta intenção muito grande e fizeram silêncio obsequioso não durante um ano, mas conheço um caso concreto de uma pessoa que passou 16 anos, voltando depois ao magistério", contou. Segundo o Cardeal Majella esses religiosos, ao contrário de Boff, "nunca abriram a boca para denegrir a Igreja, o Evangelho e o papa", explicou, reiterando não concordar com a posição do teólogo brasileiro.

O Cardeal explicou também que nesse início de papado, Bento XVI vai ouvir muito mais os bispos do que falar. "Ele sempre foi uma pessoa muito estudiosa e muito preocupada em preservar a pureza da fé; acho que ele, em parte, vai conservar isso e terá agora muita solicitude, enfim não será um homem que representará apenas setores intelectuais, mas que acompanhará o dia-a-dia da Igreja".