Há poucas semanas da visita apostólica do Papa Francisco à África, os bispos do Quênia emitiram um comunicado através do qual manifestam seu desejo de que este importante acontecimento contribua no crescimento da fé, da unidade e da fortaleza da nação.

“Pedimos a todos os católicos e pessoas de boa vontade que rezem pelo êxito da visita e convidamos todos para darmos as boas-vindas ao Santo Padre. Esperamos que sua vinda nos traga todos os benefícios espirituais que necessitamos para crescer como uma nação unida, forte na fé e enraizada no amor de Deus”, pediram os prelados em uma nota de imprensa no marco de sua assembleia plenária realizada em Nairóbi.

Destacaram que os momentos prévios da visita do Pontífice servem para preparar-se e refletir “a respeito do que podemos fazer para converter este país no Quênia que queremos; um país onde se respeite a dignidade de cada pessoa”.

“Um lugar no qual vivamos juntos como irmãos e irmãs, independentemente de nossa etnia, ou lugar de origem; um país onde possamos avançar e trabalhar livremente, com acesso à igualdade de oportunidades; onde os recursos deste país sejam partilhados equitativamente, especialmente nas zonas mais esquecidas e marginalizadas; e uma nação onde haja tolerância religiosa e respeito às pessoas”, indicaram.

Por outro lado, manifestaram que este é o momento de refletir acerca dos valores nacionais: “o trabalho intenso e a honestidade, valor da integridade e da responsabilidade, a unidade nacional e o respeito ao estado de direito”. Acrescentaram que as crianças devem ser educadas segundo as tradições cristãs e africanas.

“Também devemos falar sobre a 'ferida aberta' da corrupção, o saqueio maior dos setores públicos pelos encarregados dos recursos públicos. Devemos tomar cuidado das declarações imprudentes e irresponsáveis, as quais podem estimular as comunidades à violência; e promover o respeito às leis do país”, enfatizaram.

Do mesmo modo, motivaram aos fiéis a fim de que se perguntem sobre seu desempenho como cidadãos. 

“O que estou fazendo para transformar este país em uma nação mais pacífica e próspera? O que estou fazendo para promover a convivência e a ‘a unidade na diversidade’ a qual celebra os dons e as riquezas que Deus deu a cada um e a cada comunidade que forma parte deste grande país?”.

Em seguida, os bispos assinalaram que a visita do Papa é um bom momento para “avaliar e definir claramente na lei da relação entre a Igreja e o Estado aqui no Quênia”.

“O Estado deve respeitar a autonomia da Igreja e ao mesmo tempo dar as concessões necessárias à Igreja em vista de suas obras missionárias e de caridade”.

“A Igreja por sua parte, consciente da sua missão e do mandato divino, a qual pede que realize atividades de caridade em favor dos mais necessitados e exercendo seus ensinamentos, santificando e curando os ministérios confiados a ela pelo Senhor, esta se compromete em ser fiel à natureza de sua vocação e de assumir sua profética tarefa de ser a consciência moral da Nação”.