Diante da renovada atenção sobre as Cruzadas devido à próxima estréia do filme “Kingdom of Heaven” (Reino do Céu) do Ridley Scott, o Dr. Jay Reis fez um chamado aos católicos para que compreendam a complicada história das mesmas e que não fiquem intimidados por quem as usa para “atacar à história cristã e obscurecer as raízes verdadeiras do conflito com os muçulmanos”.

Reis, Presidente do Instituto Agustino de Denver, afirmou que os cristãos deveriam estar orgulhosos das Cruzadas sem “branquear” as atrocidades cometidas nesta época mas ajudando a entender as circunstâncias reais desse tempo para  evitar os “julgamentos simplistas” que, a seu critério, pervertem as investigações atuais que se fazem sobre elas.

Em uma conferência,  Reis explicou que a cultura moderna tem uma série de problemas para compreender as razões detrás das Cruzadas. Sublinhou que aqueles que participaram nelas tinham “os corações ardendo por honrar como é devido ao Reino de Deus”.

Culpou por grande parte da incompreensão moderna ao cepticismo de nossa era”, argüindo que na atualidade muitos consideram tolo brigar pelas que consideram “superstições religiosas” e desmascarou os mitos das Cruzadas que apresentam aos cristãos como “bobos ou sedentos de sangue que brigavam uma guerra por seu próprio benefício”.

Indicou quatro aspectos que constituíam as autênticas Cruzadas. Tratavam-se de peregrinações, convocadas por um Papa, com o objetivo militar de reclamar um território cristão e defender aos cristãos perseguidos nesses lugares; e finalmente, eram uma oportunidade para ganhar indulgências em uma época em que “se acreditava verdadeiramente que tinham pecados  que se devia expiar”.

“Embora ocorreram muitas atrocidades durante as Cruzadas –continuou– muitas coisas pelas quais pedir desculpas, não deveriam nos fazer acreditar que deve-se pedir desculpas pelas Cruzadas em si mesmas”.

Reis considerou o filme Kingdom of Heaven, como um exemplo “histórico da não-história” das Cruzadas e citou a muitos estudiosos da Idade Média que, como ele, têm muitos reparos quanto ao filme.

Francis Maier, Chanceler da arquidiocese local acrescentou que “as Cruzadas se converteram em uma ferramenta útil para os muçulmanos que procuram intimidar aos cristãos e nos fazer pedir desculpas”. Assinalou também que a história sangrenta dos muçulmanos arrebatando Terra Santa aos cristãos  é com freqüência minimizada.