O diário oficial do Vaticano, L’Osservatore Romano, publicou hoje o novo escudo do Papa Bento XVI, que conserva alguns elementos originais do escudo episcopal do Cardeal Joseph Ratzinger e descarta a tradicional triple tiara pontifícia, substituindo-a por uma mitra.

O Santo Padre adicionou o pálio, a estola de lã que simboliza a autoridade episcopal.

Segundo Dom Andrea Cordeiro Lança di Montezemolo, arcebispo italiano perito em heráldica e criador do novo escudo papal, "Bento XVI escolheu um brasão rico em simbolismo e significado, para pôr sua personalidade e papado nas mãos da história”.

Bento XVI adicionou a seu escudo episcopal a Concha do Peregrino, o símbolo do Caminho do Santiago que o Pontífice tomou em seu momento de um monastério da Ratisbona, na Baviera. A concha também alude a uma história de Santo Agostinho sobre um menino que, com uma concha, pretendia verter o mar em um buraco. 

O escudo mantém elementos que aludem às orígens bávaras do novo Pontífice. Leva na esquina superior esquerda, o Mouro da Frisinga, a cabeça coroada de um etíope que desde 1316 aparece no escudo da Frisinga.

Na parte superior direita figura o Urso do Corbiano, que faz referência à lenda do Bispo Corbiano, que pregou o Evangelho na antiga Baviera e é considerado o pai espiritual da Arquidiocese do Munique-Frisinga.

Segundo a tradição, quando o bispo viajava a Roma, um urso devorou ao animal de carga que levava. Corbiano obrigou ao urso a levar sobre suas costas a bagagem até a Cidade Eterna. Uma vez em Roma, o liberou.

O escudo se completa com as duas chaves cruzadas símbolo do ministério de Pedro.