Ao comemorar-se sete anos do assassinato de Dom Juan Gerardi Conedera, o advogado do Escritório de Direitos humanos do Arcebispado da Guatemala, Mario Domingo, exigiu ao Governo estabelecer quem som os autores materiais para que o crime não fique impune.

“É necessário concretizar quem são os autores materiais”, expressou Domingo. Indicou que não se aprofundou mais no caso e só três pessoas consideradas cúmplices se encontram atualmente no cárcere.

Dom Gerardi foi assassinado em 26 de abril de 1998 e dois dias depois de apresentar o relatório final do projeto de Recuperação da Memória Histórica, sobre a guerra civil que viveu o país durante 36 anos.

A justiça da Guatemala estabeleceu como cúmplices ao coronel Byron Lima Estrada, seu filho o capitão Byron Lima Oliva e ao sacerdote Mario Orantes. Os três purgam condenações de 20 anos de cárcere.

Em 2001, ambos os militares e o sargento Obdulio Villanueva, também comprometido no crime, foram condenados a 30 anos de cárcere por “co-autoria” do assassinato, mas uma sala de apelações resolveu que não existe essa figura jurídica nas leis e a trocou por “cumplicidade”, reduzindo as penas. Villanueva morreu decapitado durante um motim.

Em dias passados, a Conferência Episcopal da Guatemala (CEG), emitiu um comunicado por sua Assembléia Plenária Anual, que destaca o compromisso do Dom Gerardi “a favor dos direitos humanos” e seu desejo de que se conheça a verdade sobre o conflito armado para fazer “possível o perdão e a reconciliação”.