O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, comentou o apelo feito pelo Papa Francisco às paróquias e comunidades para que acolham os milhares de famílias migrantes que fogem da guerra e da fome é um apelo a “toda a Europa” e não somente a algumas realidades isoladas.

O porta-voz vaticano fez esta declaração no último domingo, 6, logo depois do apelo feito pelo Pontífice na Praça de São Pedro, após a Oração do Ângelus.

Diante de milhares de fiéis, o Santo Padre disse: “No contexto da preparação para o Jubileu da Misericórdia, dirijo um pedido às paróquias, comunidades religiosas, monastérios e santuários europeus para expressar a concretude do Evangelho e acolher uma família de refugiados”.

Em seguida, indicou que se trata de “um gesto concreto como preparação para o Ano Santo. Que cada paróquia, cada comunidade religiosa, cada monastério, cada santuário da Europa hospede uma família, começando por minha Diocese de Roma”, acrescentou o Papa.

Segundo informou a Rádio Vaticano, Pe. Lombardi disse: “O Santo Padre deseja que em toda a Europa a comunidade católica promova o acolhimento neste momento em que a gravidade do problema dos refugiados e dos imigrantes se manifesta como atual e urgente para a solidariedade concreta num horizonte continental”.

“O apelo do Papa é um apelo à solidariedade e ao acolhimento. O apelo a uma resposta criativa e generosa que nasce do coração do Pontífice no contexto da preparação para o Jubileu da Misericórdia, que deve ser vivido através de obras e não se refere a um plano operacional e organizacional predefinido”, assinalou o porta-voz.

Nesse sentido, o sacerdote explicou que quando o Pontífice cita as paróquias, entende as comunidades paroquiais como comunidades inseridas no território e não somente os párocos. As comunidades paroquiais poderão encontrar de formas diferentes os caminhos certos para realizar o acolhimento.

Quando fala às “comunidades religiosas”, Pe. Lombardi assinalou que o Santo Padre usa as mesmas palavras fortes que utilizou quando visitou o “Centro Astalli”, administrado pelos jesuítas no centro de Roma, lugar no qual falou dos “conventos vazios”.

No dia 10 de setembro de 2013, Papa Francisco convidou as instituições religiosas da Igreja a converter os conventos vazios em centros de acolhida organizados para dar refúgio às pessoas mais necessitadas e devolver ao mundo o sentido da solidariedade.

“Queridos religiosos e religiosas, os conventos vazios não servem à Igreja para transformá-los em hotéis e ganhar dinheiro. Os conventos vazios não são nossos, são para a carne de Cristo que são os refugiados”, disse o Pontífice.

Finalmente, Pe. Lombardi explicou: “Em relação às duas paróquias do Vaticano, o Papa se refere à Paróquia de Santa Ana e à Basílica de São Pedro, duas realidades muito diferentes uma da outra. Cada uma deve encontrar a maneira adequada para responder ao apelo do Santo Padre”, concluiu.