Católicos da província de Hebei (China), pediram novamente a libertação do Bispo de Baoding, Dom James Su Zhimin, encarcerado há vários anos.

O pedido foi realizado logo depois que o presidente chinês, XI Jinping, por ocasião dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, concedeu no fim do mês passado a anistia a todos os veteranos de guerra, moribundos e doentes que estavam prisioneiros. Todos são maiores de 75 anos. O mais velho do grupo tem 95 anos de idade.

Segundo Xinhua News Agency, esta é a oitava anistia concedida a milhares de veteranos de guerra desde a fundação da República Popular da China em 1949.

Além disso, outorgaram este indulto àqueles prisioneiros que deixaram de ser considerados uma ameaça para a sociedade.

Entre os libertados estavam os criminosos que lutaram contra a coalizão de tropas entre os japoneses e os Kuomintang, liderado por Chiang Kai-Shek, durante a guerra civil chinesa, entre os anos 1946 e 1949.

Os defensores do pedido para a libertação de Dom Su Zhimin escreveram uma carta à Frente Unida de Trabalho Departamental de Baoding, o Partido Comunista que decide a respeito dos assuntos religiosos.

“Pelo fato de não conhecer o seu estado de saúde, cabe pensar que um homem de 80 anos seja como uma vela exposta ao vento. Nestes 18 anos que permaneceu preso, sua liderança, sua capacidade de organização e influência na Igreja já diminuíram”, escreveram.

Também indicaram que a libertação de Dom Su Zhimin teria um “significado enorme e positivo para o país”.

Dom Su, de 82 anos, foi preso em 1996 acusado de ser um “contrarrevolucionário” pelo governo comunista, pois rejeitou unir-se à Associação Patriótica Católica da China, a instituição “católica” dominada pelo governo.

Fugiu em 1997, antes de ser preso novamente. Sua família o descobriu por acaso, em um hospital de Baoding em 2003. Desde então, não foi visto em público.

Sua família apelou aos oficiais da Frente Unida de Beijing em outubro do ano passado. Apelaram novamente em janeiro deste ano ante o Yu Zhengsheng, importante membro do comitê do Bureau Político, órgão através do qual os máximos dirigentes do Partido Comunista da China tomam suas decisões.

Como resposta ao seu pedido, a família esteve sob prisão domiciliar durante vários dias.

O último pedido foi assinado por Su Tianyou, sobrinho do Bispo, um líder leigo em Baoding; o Pe. Pietro Cui Xingang, ex-reitor do santuário Mariano Donglu de Baoding Donglu, que atualmente serve em Roma; e o Pe. Lu Genjun, vigário geral da comunidade clandestina de Baoding, fundada em agosto de 2014, logo depois de ser libertado, após oito anos de prisão.

Entretanto, uma fonte próxima à família manifestou à Agência UCANews que no dia 28 de agosto os oficiais da Frente Unida de Trabalhadores disseram aos familiares de Dom Su Zhimin que a sua prisão foi realizada nesse momento pela Comissão Política e Legal e que eles desconhecem seu paradeiro atual.

“Os oficiais disseram que o Bispo é uma moeda de troca. Será difícil libertá-lo se as relações entre a China e o Vaticano não melhorarem”, acrescentou a fonte.

Desaparecidos

Outros dois Bispos de Hebei desapareceram logo depois de serem presos pelas autoridades chinesas. Dom Cui Tai, Bispo coadjutor de Xuanhua, desapareceu depois de sua prisão em agosto de 2014, e Dom Cosmas Shi Enxiang, Bispo de Yixing, desaparecido há 14 anos.

Uma fonte disse à UCANews que Dom Shi morreu em janeiro dentro da prisão. Entretanto, uma autoridade governamental assegurou que o Prelado não estava morto, mas recusou revelar sua localização.

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