"A Igreja sempre perdoou os abortos. Não é algo novo", assinalou o Arcebispo de La Plata (Argentina), Dom Héctor Aguer, a fim de esclarecer desinformação divulgada na terça-feira, 1º, pela imprensa internacional a respeito da carta do Papa Francisco para o Ano da Misericórdia.

“Papa Francisco concede o perdão do ‘pecado do aborto’” ou “Histórico: Papa Francisco autoriza os sacerdotes a perdoarem aborto”, estiveram entre os titulares usados pelos meios de comunicação e que levaram a confusão de muitos fiéis.

Diante dessa situação, Dom Aguer disse a um meio local: "O jornalismo em geral não entendeu a questão, porque a maior parte dos sacerdotes de La Plata têm a potestade de absolver mulheres que praticaram abortos e se arrependem. No próximo ano – Ano Jubilar da Misericórdia –, o Santo Padre dará uma faculdade geral de todos os sacerdotes, mas a faculdade já existia, não é algo novo".

Em sua carta, divulgada nesta semana, o Papa Francisco escreveu: “O perdão de Deus não pode ser negado a quem quer que esteja arrependido, sobretudo quando com coração sincero se aproxima do Sacramento da Confissão para obter a reconciliação com o Pai”. Também por este motivo, “decidi conceder a todos os sacerdotes no Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto a quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado”.

De acordo ao direito canônico, somente os bispos e alguns sacerdotes facultados por eles podem perdoar o pecado do aborto devido a gravidade deste. Nesse sentido, a decisão anunciada pelo Pontífice foi estender esta faculdade a todos os sacerdotes durante o Ano da Misericórdia.

O aborto: um pecado muito grave

Em suas declarações, reproduzidas pelo jornal argentino ‘La Nación”, o Arcebispo de La Prata lamentou a perda de consciência de que abortar é destruir uma vida humana. “Este é um pecado muito grave, mas tem perdão. Todos os pecados têm perdão se houver arrependimento”.

“Infelizmente, em algumas leis esse tema ficou escondido, mencionam o direito ao aborto, de abortos não puníveis e isso é muito grave. Na província, aprovaram a lei 1366, a qual possui uma intencionalidade claramente abortista, acredito que ainda não foi promulgada pelo governador, e eu apresentei amparo”, assinalou o Prelado.

Nesse sentido, Dom Aguer denunciou que “existe uma tendência na legislação argentina a escamotear a gravidade do aborto, dizem até que a vida humana não começa com a concepção”.

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TEXTO COMPLETO: Carta do Papa Francisco com motivo do Ano da Misericórdia

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