O maior estádio do Brasil, palco de duas finais de Copa do Mundo (1950 e 2014), transformou-se em um centro de solidariedade na terça-feira, 25, quando foi lançado o Futebol das Nações, um projeto da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro e do Maracanã, com objetivo de promover a integração entre os refugiados de diversos países que chegaram ao Brasil em busca de uma vida melhor. 

O Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, abriu suas portas para a realização de oficinas semanais com homens refugiados de diversos países, utilizando o futebol como ferramenta educativa. Além de levar à integração dos refugiados no Brasil, o projeto visa a proporcionar um espaço de debate sobre temas relacionados à inserção dessas pessoas na sociedade, como preconceito, acesso ao mercado de trabalho, igualdade de gênero, violência contra as mulheres e até mesmo o ensino da língua portuguesa.

Na cerimônia de lançamento, cerca de 20 refugiados de países como República Democrática do Congo, Síria, Colômbia, Togo e Guiné puderam se sentir como verdadeiros profissionais. Após a preparação no vestiário oficial, os jogadores desceram ao campo. Em seguida, disputaram duas partidas. As danças durante a comemoração dos gols fizeram sucesso.

“Estou muito feliz de poder jogar aqui no Maracanã. É um momento inesquecível para mim. Foi tudo maravilhoso, principalmente a parte do vestiário. Fiquei emocionado como se fosse um jogo de verdade. Nós, refugiados, chegamos aqui com a moral baixa. Esta atividade é uma oportunidade para relaxarmos e esquecermos os nossos problemas”, declarou Achille, refugiado da República Democrática do Congo.

O Futebol das Nações tem o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

A metodologia utilizada foi a do Futebol3, desenvolvida pela ONG streetfootballworld Brasil, e prevê o uso do futebol como instrumento de transformação em três tempos: no primeiro, os jogadores conversam e definem as regras da partida; no segundo, é o jogo em si; e no terceiro, voltam a se reunir para uma roda de discussão sobre o que aconteceu em campo. É nesse momento que se trabalham as diferenças, expectativas e sentimentos dos participantes. No Futebol3, os gols valem tanto quanto o respeito às regras determinadas, o fair play e o diálogo entre os participantes.

Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), o Brasil abriga um número recorde de aproximadamente 8,5 mil refugiados de 81 nações diferentes. Em 2014, o país recebeu mais de 12 mil solicitações de refúgio. A Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro atua na proteção, integração e promoção social dos refugiados desde 1976.

Conheça mais as ações da Cáritas Rio: https://www.facebook.com/caritasrj