Diante da aprovação da lei de uniões homossexuais na Espanha, a imprensa recordou que o atual Papa Bento XVI desaprovou em seu momento a decisão tomada pelo Governo sobre a possibilidade de “matrimônios” homossexuais qualificando a de "profundamente negativa".
A agência de notícias a Europa Press recordou uma entrevista concedida faz uns meses pelo então Cardeal Joseph Ratzinger ao jornal italiano A Repubblica em que questionou a decisão adotada na Espanha.
Ao referir-se aos homossexuais, o anterior Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé pedia que se respeite a estas pessoas "que sofrem porque estão tentando encontrar um modo justo de viver". Entretanto, considerava que a equiparação de suas uniões ao matrimônio "é destrutiva para a família e a sociedade".
Sobre a possibilidade de legalizar os “matrimônios” entre homossexuais, o atual Bento XVI acrescentava que era negativo porque "o direito cria a moral ou uma forma de moral e a gente normal retém que o que afirma o direito é moralmente lícito. E se julgarmos que esta união equivale mais ou menos a um matrimônio nos encontraremos com uma sociedade que não reconhecerá o caráter fundamental do que é uma família".
Na entrevista, o Santo Padre definia a família como "a união de um homem e uma mulher com o objetivo de dar continuidade não só no sentido biológico à humanidade".
"Por isso, a decisão tomada na Espanha não dá um benefício a estas pessoas porque desta maneira destruímos elementos fundamentais de uma ordem de direito", explicava o Cardeal segundo resenha a agência.
De outro lado, o jornal O Mundo fez referência a um livro-entrevista do então Cardeal com o jornalista alemão Peter Seewald. Em "Deus e o mundo. Acreditar e viver em nossa época", publicado no ano 2002, o Cardeal oferecia suas apreciações sobre os casais homossexuais.
“Quando, em um matrimônio, em uma família, já não conta que sejam homem e mulher, mas se equipara a igualdade de sexo a essa relação, se está vulnerando o tipo fundamental da construção da pessoa. Deste modo uma sociedade se enfrentará no futuro a grandes problemas”, dizia anos atrás o atual Pontífice.
Mais adiante, o Cardeal adicionava que “se escutarmos a Palavra de Deus devemos nos deixar dar de presente sobre tudo com a iluminação de que a convivência de homem, mulher e filhos é algo santo. E uma forma adequada de sociedade dá resultado somente se considera à família, e com isso à forma de união abençoada  por Deus, a maneira correta de ordenar a sexualidade”.