A Igreja celebra nesta terça-feira, 9 de junho, o dia de São José de Anchieta, declarado co-padroeiro do Brasil (ao lado de Nossa Senhora Aparecida), durante a 53ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em abril. Esta comemoração tem um caráter especial na cidade que leva o nome do santo, Anchieta (ES), onde está localizado o Santuário Nacional dedicado a ele.

Lá, os festejos tiveram início em 29 de maio e, entre as várias atividades em preparação para o dia do padroeiro, esteve a tradicional caminhada Passos de Anchieta. Os peregrinos saíram de Vitória, na quinta-feira, 4, e chegaram a Anchieta no domingo, 7. Entre os andarilhos cada um levava sua história pessoal e, em meio a todas elas, a da pequena Luna Preto Soncini, de 7 anos, se mostrou edificante, pela superação de desafios, fé e determinação.

A menina teve paralisia cerebral com um mês de nascida, mas seus pais não encontraram barreiras para viajar com ela. A família foi de São Paulo para o Espírito Santo para participar da caminhada. Os pais, César Preto e Fábia Soncini, carregaram a filha em um carrinho adaptado durante os quatro dias de peregrinação.

“Em alguns percursos precisamos de ajuda para levantar o carrinho, para passar por cima de pedras, mas sempre havia um anjo ou até uma equipe que nos esperava para nos ajudar. É emocionante. Queremos mostrar para outros pais que podemos incluir nossos filhos em passeios como este”, disse a mãe da Luna.

Nesta terça-feira, “Dia Nacional de Anchieta”, acontecerá nas areias da Praia Central, às 16h, a Santa Missa em honra ao Apóstolo do Brasil, celebrada pelo Cardeal Cláudio Hummes, Prefeito Emérito da Congregação para o Clero. Logo após, haverá show do padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor, do Rio de Janeiro. Entre as diversas atividades deste dia, acontecerá também a entrega da Comenda São José de Anchieta ao Padre Cesar Augusto S.J., reitor do Santuário, que foi vice postulador no processo da canonização de Anchieta.

São José de Anchieta foi canonizado em 3 de abril de 2014, sem os dois milagres geralmente necessários, por meio da canonização equipolente. Essa prática é usada no contexto de figuras de particular relevância eclesial para as quais é atestado um extenso e antigo culto litúrgico e uma ininterrupta fama de santidade e prodígios. Foi, então, tornado santo pelo Papa Francisco, um jesuíta, assim como Anchieta.

Nascido em 19 de março de 1534 em Tenerife, na Espanha, José de Anchieta ingressou na Companhia de Jesus em 1551. Aos 19 anos, em 1553, chegou ao Brasil, onde desempenhou importante papel para a evangelização no país. Passou por diversos locais, tendo percorrido estados como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Em terras paulistas, fundou o Colégio Piratininga,  inaugurado em 25 de janeiro de 1554 e que deu origem à cidade de São Paulo.

Catequizou índios, escreveu uma gramática tupi-guarani, foi poeta, além de escritor, historiador e teatrólogo.  Morreu no dia 9 de junho de 1597, na vila de Reritiba, atual cidade de Anchieta, no Espírito Santo. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1980.