Ao aventurar uma explicação sobre a razão para a eleição do nome do Bento por parte do novo Pontífice, o Bispo de Mondoñedo-Ferrol, Dom José G Escolano, considerou que o teria feito em recordo a São Bento, “que evangelizou a Europa”.

“Tomou-o porque quer ser o grande evangelizador, como Papa, da Europa e do mundo industrializado para que haja, não um capitalismo um tanto feroz, mas sim uma aplicação do evangelho à realidade da fraternidade humana', manifestou.

Para o Dom G Escolano a eleição do cardeal Ratzinger permitirá que se “alicerce bem” o extenso legado de seu antecessor João Paulo II.

O Prelado, assinalou que este Papa vai fazer “um grande bem” à Igreja porque, “com essa suavidade que tem e simplicidade, do ponto de vista de critérios e de fé é um homem perfeitamente formado, do melhor que há no mundo hoje em dia”.

Igreja “conservadora”

Ao referir-se ao aspecto conservador que lhe atribuem setores  liberais ao novo Papa, o Prelado espanhol assegurou que à Igreja  não é possivel pedir-lhe “ser mais conservadora porque mais não pode ser”: “Uma das missões da Igreja é conservar a fé do Jesus e a que manteve sempre através dos séculos', sublinhou.

O Bispo recordou que a fé e a moral da Igreja “não podem mudar”. A missão do Papa é “conservar essa mesma fé e aplicá-la às realidades concretas”.

“Não vai poder dizer que com o uso da sexualidade fora do matrimônio não acontece nada, que os preservativos se podem usar ou que o divórcio pode estar à ordem do dia”, explicou.

Respeito ao obrigado passo de Joseph Ratzinger pelo exército alemão na sua juventude, Dom Escolano tirou importância a este fato e assinalou que na Guerra Civil espanhola houve “pessoas muito, muito boas” tanto no Exército Vermelho como no Nacional. “Uma coisa é estar no exército e outra participar da ideologia de quem preside o Estado ou Governa a nação”, concluiu.