Organizações de direitos humanos alertaram que o Estado Islâmico (ISIS) continua avançando no nordeste de Síria e teria capturado mais vilas cristãs, aumentando para 150 o número de pessoas sequestradas –das quais duas já foram assassinadas–, e provocando a fuga de milhares de famílias. Além disso, os extremistas preparam um vídeo com os reféns dirigido a Barack Obama e a outros presidentes da coalizão internacional.
 
“Hoje mataram a tiros dois dos sequestrados em Tal Hurmuz, um deles meu cunhado, de 65 anos”, expressou à agência EFE Abdel Abdel, um engenheiro que faz cinco meses está refugiado em Beirute (Líbano) com a sua mulher e seus dois filhos e de onde mantém contato com os seus familiares que permaneceram em Al Hassakeh (Síria).
Por sua parte, o presidente do Movimento Patriótico da Assíria, Ashur Girwargis, disse também à EFE que os jihadistas separaram as mulheres e as crianças dos homens, que foram levados a Yabal Abdelazi, onde o ISIS tem um quartel.
 
Os militantes teriam assaltado as vilas no oeste do rio Khabur, sequestrando 70 pessoas de Tal Shamiran; outras 15 –entre elas três crianças– em Tal Hurmuz; 12 em Tal Goran e outras 40 em Tal Yazira, enquanto as vilas na margem leste do rio foram evacuadas e milhares de famílias cristãs assírias e caldeias fugiram aos principais centros de Hassakè, Qamishli, Dirbesiye e Ras al-Ayn.
 
Nesse sentido, a Rede de Direitos humanos Assíria assinalou que os reféns seriam agora 150 –até ontem se sabia de 90 cristãos sequestrados–, e os jihadistas estariam por difundir um vídeo dirigido ao presidente Barack Obama e outros líderes da coalizão que enfrenta o ISIS, no qual ameaça assassinar os reféns.
 
Faz um mês os combatentes cristãos capturaram seis membros do Estado Islâmico, por isso o sequestro destas 150 pessoas seria um ato de vingança. Mas para o Arcebispo siro-católico, Dom Jacques Behnsn Hindo, a nova ofensiva dos jihadistas na região do rio Khabur se deve a sua necessidade de encontrar novos espaços e vias de escape, compensando assim a perda de Kobane e de zonas vizinhas a Raqqa –capital do califado–, às mãos dos pershmerga.
 
O alerta pelo destino dos cristãos assírios sequestrados também foi lançado pela Liga Síria pelos Direitos humanos, que pede “uma intervenção imediata” para libertar estas pessoas.
 
Nesse sentido, esta organização atribuiu à comunidade internacional “a responsabilidade pela deterioração da segurança na Síria”, devido a que não interveio no momento oportuno para proteger os civis, sobretudo, depois das infiltrações no conflito interno sírio de forças extremistas.