O relatório do Comitê da ONU sobre os Direitos da Infância denunciou os crimes cometidos pelo grupo terrorista do Estado Islâmico (ISIS), contra crianças e adolescentes no Iraque e Síria, especialmente cristãos e yazidis, que muitas vezes são crucificados ou vendidos como escravos sexuais.

O relatório assinala que as crianças são enterradas vivas e os poucos meninos que conseguem escapar do extermínio são convertidos em soldados ou usados como escudos humanos para proteger as suas estruturas dos ataques da coalizão liderada pelos Estados Unidos.

Além disso, conforme informou o jornal da Conferência Episcopal Italiana, Avvenire, existiriam vídeos circulando pela Internet que demonstrariam o uso de meninos com problemas mentais como homens-bomba. Os meninos xiitas e sunitas tampouco escapam dos ataques do ISIS.

“Estamos profundamente preocupados com a tortura e o assassinato destas crianças, especialmente daquelas que pertencem às minorias”, declarou à agência Reuters um dos 18 membros da comissão da ONU que redigiu o relatório, Renate Winter.

A ONU também expressou a sua preocupação depois do assassinato do piloto jordano Muath al-Kaseasbeh, de 26 anos de idade, que foi queimado vivo dentro de uma jaula pelos jihadistas. Esta execução inclusive foi difundida pelos jihadistas nas cidades que controlam no norte do Iraque e Síria.

Na cidade síria de Raqqa, conhecida como a “capital do califado”, um menino de 8 anos presenciou o homicídio e disse sorrindo: “Eu também quero capturar e queimar pilotos”.

Em agosto de 2014, quando a mídia já denunciava o genocídio iniciado pelo Estado Islâmico, o Papa Francisco enviou uma carta ao Secretário Geral da Organização da ONU, Ban Ki-moon, pedindo à comunidade internacional que faça tudo o que seja possível para frear estes massacres de cristãos e demais minorias no Iraque.

“Coloco diante de ti as lágrimas, os sofrimentos e os gritos desesperados dos Cristãos e das outras minorias religiosas da amada terra do Iraque”, expressou o Santo Padre.