Em um discurso pronunciado ante o corpo diplomático, acreditado diante da Santa Sé, que foi a apresentar suas condolências aos cardeais, o Decano do Colégio Cardenalício, Cardeal Joseph Ratzinger, assinalou que “à nossa tristeza, acrescenta-se o agradecimento a Deus que nos deu um pastor tão grande”.

O Cardeal Ratzinger destacou que durante seu Pontificado, o Papa João Paulo II realizou um árduo trabalho diplomático pela paz mundial, insistindo “aos países a encontrar soluções pacíficas às crises e a continuar o caminho do diálogo”.

Em seu discurso, também fez menção aos constantes chamados que o Papa enviou aos responsáveis pelas nações”, para dar “uma atenção cada vez mais concreta” aos mais fracos, pequenos e pobres do mundo.

“Vós fostes testemunhas privilegiados da ação do Papa e da Igreja em todo mundo, e do desenvolvimento das relações diplomáticas que, com o correr do Pontificado, se duplicaram”, adicionou.

O Cardeal afirmou que João Paulo II “guiou à Igreja e a fez entrar na esperança com um impulso renovado”, conduziu-a ao terceiro milênio e convidou aos cristãos “a levar a Cristo ao mundo”. Além disso –acrescentou– chamou “a todos os seres humanos de boa vontade à bondade, à paz, à solidariedade”.

Previamente, o Decano do Corpo Diplomático, Giovanni Galassi, expressou o sentir dos embaixadores e qualificou ao Santo Padre como personagem “extraordinário que marcou a história religiosa, moral e social do mundo”.

Galassi, representante de São Marinho, ressaltou a importância que o Papa deu ao diálogo interreligioso e seu interesse por obter “a unidade dos cristãos”.

Depois de afirmar que “João Paulo II foi uma referência para a humanidade inteira”, recordou as primeiras palavras pronunciadas pelo Papa em 1978, nas que pediu aos fiéis não ter medo “de abrir suas portas a Cristo”.

O diplomático assinalou que com a partida do Santo Padre se perdeu “um verdadeiro amigo em nosso caminhar”. Afirmou que “seus ensinamentos nos fizeram mais fortes na luta por um mundo melhor”.

A cerimônia se realizou na sala Paulo VI, logo depois de culminar a novena Congregação Geral em que participaram 140 cardeais. A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 174 países.