A organização humanitária International Christian Concern assegura que os cristãos e outras minorias religiosas que fugiram das zonas que estão sob o controle do Estado Islâmico (ISIS) no Iraque estão ajudando-se mutuamente para sobreviverem como refugiados.

"Os mesmos que foram deslocados, agora estão cuidando dos mais necessitados que estão na mesma situação", disse o encarregado regional para o Oriente Médio do International Christian Concern, Todd Daniels, ao Grupo ACI.

Na semana passada, Daniels esteve no Iraque, onde se estima que mais de um milhão de pessoas fugiram de suas casas por causa da invasão do Estado Islâmico (ISIS). O grupo extremista tomou o controle de numerosas cidades ordenando que os cristãos e as outras minorias religiosas se convertam, paguem a jizya ou morram. Os desabrigados buscaram refúgio em outras áreas como a cidade de Erbil.

Daniels informou que apesar da situação ser desesperadora, existe muita esperança por parte das comunidades religiosas e dos mesmos refugiados que estão trabalhando para melhorar as condições de vida.

"Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi o trabalho das Igrejas locais", disse Daniels. "Da manhã até de noite estão aí fora prestando ajuda, alívio e uma grande parte da mão de obra para as organizações que estão trabalhando no lugar".

As organizações de ajuda e as Igrejas locais estão trabalhando para entregar apoio, mas as necessidades humanitárias são "ainda muito, muito grandes".

Alguns refugiados esperam que as forças de segurança internacionais ajudem a estabelecer um refúgio seguro, enquanto outros tentam assumir que o mais provável é que nunca voltarão para as suas casas.

Escolas, parques e inclusive centros comerciais ainda em construção se transformaram em moradias temporárias que, em alguns casos, abrigam até 700 pessoas.

A necessidade mais urgente é a ajuda humanitária básica. International Christian Concern e outros grupos entregaram alimentos, água potável, colchões e atendimento médico. Entretanto, com tantos refugiados se necessita muito mais ajuda do que a que atualmente estão recebendo.

Do mesmo modo, Daniels assinalou que logo os refugiados enfrentarão um novo desafio; o frio do inverno.

"Parece óbvio que o governo curdo e o de Bagdá não serão capazes de enfrentar sozinhos a ameaça do ISIS e a crise humanitária", advertiu Daniels. "Eles necessitarão uma liderança muito clara de fora de seus governos".