O Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, exortou aos líderes políticos mundiais a não habituarem-se à violência que ocorre no Oriente Médio e envolver-se para encontrar uma solução à crise do Iraque, onde continuam as violações à dignidade humana por parte do Estado Islâmico.

“É nosso desejo sincero que a comunidade internacional se interesse por essa questão, pois estão em jogo princípios fundamentais para a dignidade humana, o respeito pelos direitos de cada pessoa, para uma convivência pacífica e harmoniosa das pessoas e dos povos”, expressou o Prelado em uma entrevista difundida pela Rádio Vaticano.

Dom Mamberti recordou que em Mosul já não se celebram missas por causa da incursão do Estado Islâmico. Além disso, cerca de trinta igrejas e mosteiros desta cidade, que era habitada principalmente por cristãos, foram danificados e ocupados pelos jihadistas, que também removeram todas as cruzes.

“As comunidades cristãs estão sofrendo injustamente, estão com medo e muitos cristãos foram obrigados a emigrar”, expressou o Prelado. Recordou que no Iraque e no resto do Oriente Médio “os cristãos estão presentes desde o início da história da Igreja e têm desempenhado um papel significativo no desenvolvimento da sociedade e querem simplesmente continuar a estar presentes como artesãos da paz e da reconciliação”.

Nesse sentido, disse que o que ocorre no Iraque e na Faixa de Gaza é trágico e triste. “há o risco de nos habituarmos e a considerarmos quase como inevitável, o que não seria justo”.

Dom Mamberti recordou que frente a este panorama, a Santa Sé enviou uma “Nota verbal” a todas as embaixadas “com o texto dos últimos apelos do Santo Padre” para cessar a violência nesta região do mundo.

“Gostaria de reiterar aqui o convite do Papa a quantos têm responsabilidades políticas a nível local e internacional, para não poupar algum esforço que ponha fim a todas as hostilidades e ajude a alcançar a paz desejada para o bem de todos”.

“Como diz exatamente o Papa Francisco, é preciso mais coragem para fazer a paz do que para fazer a guerra, além disso, no centro de qualquer decisão deveriam ser colocados não os interesses particulares, mas o bem comum e o respeito por cada pessoa”.