A Igreja Católica na Índia expressou a sua preocupação depois do anúncio feito pelo governo do estado de Kerala (Índia), sobre o seu projeto de proibir as bebidas alcoólicas em um lapso de 10 anos e que afetaria o uso do vinho nas Missas. Na região, a presença cristã é de aproximadamente 20 por cento da população.

O Arcebispo de Verapoly, Dom Francis Kallarackal indicou que os católicos na região precisam de uma exceção especial à norma, enquanto outros habitantes não católicos propõem substituir o vinho por outro elemento, não se pode sequer “pensar em uma Santa Eucaristia sem pão e vinho”.

Conforme a agência UCA News, o Arcebispo assegurou que não se pode realizar mudanças na essência do sacramento da Eucaristia, e assinalou que este “permanecerá sem mudanças até o fim do mundo”.

Enquanto alguns grupos hindus tentaram impor a proibição governamental sobre a Igreja, o Pe. Paul Thelakkat, da Igreja Católica Siro Malabar em Kerala, assinalou que “cada fé tem as suas tradições e práticas. O uso de vinho na Eucaristia é uma prática universal. Seu uso é mínimo e está baseado na fé”.

A Igreja conta com 23 licenças especiais para produzir vinho, segundo as quais este não se pode comercializar.

O estado de Kerala tem o maior índice de consumo de álcool na Índia, com 8,3 litros per capita ao ano. A média do país é de quatro litros per capita.

Segundo a norma estatal, a partir do dia 1º de abril de 2015 só os hotéis poderão vender álcool.

A Instrução Geral do Missal Romano é clara em indicar que “o vinho para a celebração eucarística deve ser ‘do produto da videira’ natural e puro, ou seja, não misturado com substâncias estranhas".

Ao mesmo tempo, assinala que o vinho deve conservar-se com esmero para garantir a sua qualidade no momento da celebração, pois se transformará no Sangue de Cristo.