A Santa Sé assinou um acordo com o Instituto Cervantes -especializado no ensino de espanhol em todo mundo-, com o objetivo de ensinar espanhol aos seus funcionários, a língua materna do Papa Francisco.

O Secretário Geral da Governadoria do Vaticano, Dom Fernando Vérgez Alzaga L.C., e o diretor do Instituto Cervantes, Víctor García de la Concha, ambos nascidos na Espanha, assinaram o acordo em 4 de junho no edifício da Governadoria da Santa Sé.

No ato também participaram o Presidente da Governadoria do Estado do Vaticano, Cardeal Giuseppe Bertello; o Embaixador da Espanha ante a Santa Sé, Eduardo Gutiérrez Sáenz de Buruaga; o diretor do Instituto Cervantes em Roma, Sergio Rodríguez López, e o Secretário geral do Instituto Cervantes, Rafael Rodríguez-Ponga.

O acordo prevê que o Instituto Cervantes de Roma organize e dê aulas de espanhol aos funcionários que o solicitem em instalações do Vaticano, onde atualmente trabalham 4.759 funcionários.

O Instituto Cervantes oferecerá cursos regulares e intensivos, assim como cursos focados em algum tema específico, como, por exemplo, o espanhol jurídico, teológico ou de negócios.

Além disso, o acordo contempla a prova para a obtenção do Diploma de Espanhol como Língua Estrangeira (DELE), que o Instituto Cervantes concede em nome do Ministério Espanhol de Educação, e cuja validez nos planos de carreira está negociando o Cervantes com a Congregação para a Educação Católica.

As negociações para a assinatura do acordo, cuja vigência se renovará anualmente, começaram em março de 2013, com a eleição do Papa Francisco ao pontificado, e se devem à iniciativa do Cervantes de Roma, dirigido por Sergio Rodríguez López-Ros, com o pleno respaldo do embaixador da Espanha ante a Santa Sé.

“A assinatura do acordo é, em boa medida, produto da eleição do Papa Francisco, o primeiro Pontífice de fala espanhola desde 1503, o que estimulou não só a vontade dos funcionários de ler e escutar o Papa argentino em sua língua materna, mas também a atenção aos peregrinos e visitantes de língua espanhola”, assinalava ontem um comunicado do Instituto Cervantes de Roma.

Mais de 42 por cento dos 1,2 bilhões de católicos do mundo se encontram na América Espanhola, de onde procedem muitos dos professores do Instituto Cervantes de Roma. Além disso, a biblioteca do Instituto Cervantes, a cujos recursos também terão acesso os funcionários do Vaticano, é a única de Roma com catálogo especializado nos países hispano-americanos.