O Arcebispo de Los Angeles (Estados Unidos), Dom José Gómez, chamou os fiéis a não serem indiferentes ante o sofrimento dos cristãos do Oriente Médio, e a pressionar o Governo dos EUA para que questões como o respeito à liberdade religiosa “se tornem uma prioridade na nossa relação diplomática com outras nações”.

Em um artigo publicado antes da viagem do Papa Francisco à Terra Santa, o Prelado denunciou que “em alguns países é um crime usar um crucifixo no pescoço ou levar uma Bíblia em público. Os cristãos são perseguidos, golpeados, suas igrejas destruídas. Há sequestros de sacerdotes e clérigos, e ‘conversões’ forçadas sob ameaça de morte”.

Inclusive, no Natal do ano passado “mais de três dúzias de católicos foram assassinados em ataques com bombas em Bagdá enquanto participavam da Missa. Faz um par de semanas, informou-se que dois cristãos foram crucificados em Ma'loua, um antigo povoado cristão da Síria”.

Dom Gómez assinalou que esta perseguição contra os cristãos é mais dolorosa porque “os perseguidores dizem estar motivados por sua crença em Deus. Mas como disse o Papa Francisco, o Deus vivo é um Deus de misericórdia e de amor e ‘dizer que se pode matar em nome de Deus é uma blasfêmia’”.

Em seu artigo, o Arcebispo de Los Angeles chamou os fiéis a renovarem o seu “sentido de solidariedade com a Igreja universal. A Igreja católica é muito mais que a paróquia a qual pertencemos ou que a Igreja de nossa Arquidiocese ou de nossa nação. A palavra ‘católico’ significa ‘que abrange o todo’, ou ‘universal’”.

“Ante a perseguição contra os cristãos no Oriente Médio e em todo mundo, temos que nos comprometer a rezar diariamente por aqueles que estão sofrendo e dando a sua vida por sua fé em Jesus. Temos que permitir que seu sofrimento toque nossos corações. Não podemos ser indiferentes. Eles são membros de nossa família, são nossos irmãos e irmãs”, expressou.

Além disso, recordou, “também somos cidadãos de uma nação que foi fundada sobre os princípios da liberdade religiosa e da liberdade de consciência. Então, temos que pressionar o nosso governo para que faça que estas questões se tornem uma prioridade nas nossas relações diplomáticas com outras nações”.

Dom Gómez advertiu que “em um mundo marcado pelo aumento do secularismo por um lado, e do fanatismo religioso por outro, temos que insistir em que a liberdade de consciência é um direito humano fundamental”.

Nesse sentido, animou os fiéis a orarem para “intensificar nossa identidade como cristãos”, assim como honrar os mártires conhecidos e desconhecidos que “estão dando testemunho de Cristo com seu sangue”.