“Permaneçam em suas terras, e nós enfrentaremos os desafios juntos”, expressou o patriarca maronita de Antioquia e de todo o Oriente, Cardeal Bechara Boutros Rai, nesta terça-feira 27 de maio, na missa que celebrou na paróquia católica de Nossa Senhora de Fátima em Beit Sahour, perto de Belém.

O Patriarca exortou os cristãos a não venderem as suas terras e preservarem “esta preciosa herança, a custa de sacrifícios”.

O patriarca Rai prolongou a sua estadia na Palestina e Israel depois de participar de alguns dos momentos mais destacados da peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa.

No domingo, 25 de maio, o Patriarca dos Maronitas, assinala a agência Fides, reuniu-se com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, quem no palácio presidencial de Ramallah, outorgou-lhe a “Estrela de Jerusalém” “pela coragem de sua visita à Terra Santa”, como se lê em um comunicado emitido pela representação Palestina no Líbano. “Quem não quer a paz na Palestina, não quer a paz no Oriente Médio”, disse o Patriarca Rai em sua reunião com o presidente palestino.

O Patriarca Rai é o primeiro líder religioso libanês a entrar em Israel desde 1948, ano da criação do Estado de Israel. No Líbano se levantaram críticas à decisão do Patriarca de fazer sua entrada em um país com o qual nunca se assinou um acordo de paz depois dos conflitos das últimas décadas.

Sua Beatitude Bechara Boutros Rai defendeu as razões de sua decisão, argumentando que queria visitar a Terra Santa como a região onde estão as raízes do cristianismo.

O Patriarca –que recebeu das autoridades civis libanesas a documentação necessária para poder viajar– visitou a paróquia maronita de Jaffa, o mosteiro de Latrun em Jerusalém Leste e, até o final da semana em curso, se reunirá com as comunidades libanesas na Galileia. Em Israel vivem cerca de 11 mil cristãos maronitas.

Sua Beatitude Bechara Boutros Rai visitou a Argentina em abril do ano passado, sendo o segundo na história que visita a Argentina e foi recebido pela presidente da Nação, Cristina Fernández de Kirchner.

Em sua visita ao país, o patriarca destacou a presença cristã no Líbano há 2000 anos e animou os descendentes de libaneses –numerosos na Argentina- a ajudar a manter essa presença de suas famílias no Oriente Médio.