O Arcebispo da Zaragoza, Dom. Elías Yanes, mostrou-se convencido de que "o novo Pontífice eleito no próximo conclave estará à altura dos tempos que vivemos já que cuidará a herança recebida, para ampliá-la e aprofundá-la".

Em roda de imprensa, o Prelado destacou a linha de continuidade registrada nos diversos papados apesar da variedade de temperamentos dos pontífices."Cada um deles realizou uma contribuição importante à Igreja", destacou.

Dom Yanes confirmou também que tem previsto partir esta quinta-feira pela tarde para Roma para assistir aos funerais do Papa João Paulo II, acrescentou que na próxima segunda-feira 11 de abril, celebrará-se o funeral do Santo Padre em Zaragoza.

O Arcebispo ressaltou deste modo a positiva reação dos zaragozanos ante a morte do Sumo Pontífice. "O Papa  visitou nossa cidade em duas ocasiões e teve um contato muito próximo com a gente, por isso para os que estamos vinculados à Igreja, foi como perder a um familiar próximo", anotou.

Em relação à figura do João Paulo II,  Dom Yanes sublinhou que "o Santo Padre ocupa um lugar preeminente entre os pontífices que regeram a Igreja ao longo de seus dois mil anos de existência" e é sem dúvida uma das maiores figuras  do mundo.

"Teve que assumir seu ministério diante de circunstâncias históricas nada fáceis, sofrendo dois regimes ditatoriais; o nazismo e o stalinismo, e sabia muito bem do que falava quando teve que referir-se aos abusos de poder e ao defender a dignidade do ser humano com a paixão com que estava acostumado a fazê-lo", indicou.

Em outro momento o Prelado destacou a faceta intelectual do João Paulo II, assim como seu magistério como professor universitário. Além disso, recordou que "deixa uma obra imensa, composta por 14 encíclicas e outras tantas exortações”.

“O Papa foi "um homem de oração" cujo tema predileto foi "a defesa da dignidade do homem. Soube dizer com claridade o que pensava, embora o fizesse "da delicadeza e o respeito", explicou.

O Arcebispo de Zaragoza destacou os dotes pedagógicos do falecido Pontífice e sua aproximação à juventude em encontros como o celebrado em Madri em 2003.

"Não acredito que nenhum líder ou artista tenha tido o número de ouvintes aos que chega sua mensagem como o teve João Paulo II. É um homem que comunicava muito mais do que dizia, e um referente de tipo moral, apesar de que muitos não estavam de acordo com sua defesa da dignidade do homem, concluiu.