Neste primeiro ano de Pontificado do Papa Francisco, celebrado nesta quinta-feira, 13, o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, o Padre Federico Lombardi, partilhou algumas reflexões e recordações dos principais momentos deste primeiro ano do Papa argentino, destacando sua proximidade e profundidade de reflexão sobre o amor de Deus por todo ser humano.

“A recordação principal deste primeiro ano é sem dúvida a grande atenção, a grande atração das pessoas – digo das pessoas para não dizer só católicos praticantes, mas todas as pessoas deste mundo - a grande atenção a este Papa, à sua mensagem”, disse o sacerdote à Rádio Vaticano.

“É algo que eu penso e espero se tenha enraizado muito profundamente nos corações das pessoas, que se sentiram tocadas por uma palavra de amor, de atenção, de misericórdia, de proximidade, e que através de um homem, o Papa, é o próprio amor de Deus que chega”, enfatizou.

“Gostaria de recordar um certo número de episódios, que foram para mim particularmente tocantes este ano. Claro que a primeira aparição na Varanda da Basílica de São Pedro, com tudo o que recordamos e o que representou, é inesquecível. Depois, eu recordo o lava-pés dos jovens na prisão, Quinta-feira Santa, durante a tarde. Lembro-me da viagem a Lampedusa, com a sua grande intensidade de proximidade às pessoas mais esquecidas e abandonadas e àqueles que morreram na viagem da esperança e dor, em busca de um futuro melhor”, partilhou o porta-voz do Vaticano.

Falando da Jornada Mundial da Juventude no Rio em julho de 2013, poucos meses depois de sua eleição, o Pe. Lombardi destacou o evento como “o grande encontro da juventude do mundo, em particular da América Latina, com o Papa no seu continente”.

“Lembro-me de Assis. Lembro-me do documento programático - por assim dizer - a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, no qual temos realmente o coração do Papa articulado de uma forma muito clara, muito ampla, como programa do seu Pontificado e o Consistório de fevereiro. Estas etapas dizem-nos o quanto foi intenso este ano e quantos aspetos foram tocados, quantos encontros ocorreram”, disse Pe. Lombardi a RV.

“A Igreja parece-me verdadeiramente um povo em caminho. Esta é a maior característica: uma sensação de grande dinamismo. O Papa deu um grande impulso e caminha com uma Igreja que busca a vontade de Deus, que busca a sua missão no mundo de hoje, para o bem de todos, caminhando realmente na direção das periferias, na direção dos confins do mundo”.

“Papa -prosseguiu- falou muitas vezes dos pastores que estão à frente, dentro e atrás do rebanho, para ajudá-los a caminhar, a encontrar o seu caminho. Parece-me que ele seja realmente assim e convida também toda a Igreja a caminhar. Há uma forte sensação de dinamismo, que se sente em particular no itinerário sinodal, este longo caminho de dois anos, em que a Igreja reflete sobre um ponto central da experiência humana e cristã, que é precisamente a família".

“Portanto, ele conseguiu fazer entender que o interesse de Deus, o seu olhar, é para todas as suas criaturas, para todas as pessoas do mundo e ninguém é esquecido. Este é um ponto extremamente importante e não foi o Papa Francisco que o inventou obviamente. Ele conseguiu, porém, dar um sentido muito forte e muitas pessoas entenderam isso”, concluiu.