O diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, ao reunir-se com os meios de comunicação hoje, indicou que o texto introdução ao Consistório Extraordinário para a Família, elaborado pelo Cardeal Walter Kasper, em sintonia com as palavras do Papa Francisco, propõe confrontar com realismo e profundidade a beleza da família.

O ponto de partida, indicou o Pe. Lombardi, é redescobrir e anunciar o evangelho da família segundo o plano de Deus, com toda sua beleza, porque a verdade convence também através da beleza.

Na relação feita pelo Cardeal Kasper também se reflete sobre a família como Igreja doméstica e o conceito de que na família a Igreja encontra a realidade e para ela constitui um caminho para o futuro; a família pode ser um caminho privilegiado de evangelização para as pessoas.

O P. Lombardi indicou que o Cardeal Kasper fala dessa “igreja doméstica”, em sentido amplo, referindo-se não só à família nuclear, mas também alargada, fazendo-a extensiva às comunidades de base, aos grupos paroquiais, entre outros.

O documento, indicou o porta-voz vaticano, consta de uma introdução dedicada ao redescobrimento do evangelho da família, partindo da família na ordem da criação, da visão da família na Gênese e no plano de Deus.

Em uma segunda parte, o documento se refere às estruturas de pecado na família: problemas, tensões entre homem e mulher, entre corpo e espírito, da alienação, dos sofrimentos das mulheres e das mães.

Por último, fala-se da família na ordem cristã da redenção, recorrendo aos textos do Evangelho e do Novo Testamento relativos à família, como a Carta aos Efésios. Trata-se também do matrimônio como sacramento, de sua graça santificadora.

O Cardeal Kasper se referiu também à questão dos divorciados que se tornaram a casar e trata o tema com amplitude e de forma diferenciada, reiterando que neste âmbito se trata de conjugar, de cara à pastoral, o binômio inseparável da fidelidade às palavras de Jesus e a compreensão da misericórdia divina.

Conforme indicou o Pe. Lombardi, o Cardeal citou as intervenções nesta matéria do hoje Bispo emérito de Roma Bento XVI, quando se perguntava se o caminho do sacramento da penitência poderia ser o caminho para dar capacidade às situações difíceis.

Além disso, recordou o discurso que a princípios deste ano dirigiu o Papa Francisco aos prelados do Tribunal da Rota Romana sobre a validez do matrimônio, quando afirmou que a dimensão jurídica e a pastoral não estavam em contradição.