O embaixador da República Dominicana ante a Santa Sé, Víctor Grimaldi, enviou uma carta ao Papa Francisco na qual adverte que o representante dos Estados Unidos no país caribenho, James Brewster “reuniu-se com um coletivo gay e transexual que enfrenta à Igreja Católica” com o fim de “remover” o Arcebispo de Santo Domingo e Primado da América Latina, Cardeal Nicolás de Jesus López Rodríguez.

Em sua carta, Grimaldi recordou as raízes católicas da República Dominicana, “o primeiro país onde começou a Evangelização da América”, e onde faz quatro anos a nova Constituição estabeleceu que “o direito à vida é inviolável desde a concepção até a morte” e que “a família é o fundamento da sociedade e o espaço básico para o desenvolvimento integral das pessoas. Constitui-se por vínculos naturais ou jurídicos, pela decisão livre de um homem e uma mulher de contrair matrimônio ou pela vontade responsável de conformá-la”.

Polêmica na República Dominicana pelo embaixador gay dos EUA e seu “esposo”

“Como na República Dominicana a Constituição do Estado estabelece que o Matrimônio é de Homem e Mulher, agora o Novo Embaixador dos Estados Unidos (‘casado’ com um homem) reuniu-se com um coletivo gay e transexual que enfrenta à Igreja Católica e alega que o Estado Dominicano não é leigo”, expressou Grimaldi na quinta-feira passada.

O embaixador dominicano advertiu que por estes e outros temas, “faz tempo que existe uma campanha de ataques contra o Cardeal Nicolás de Jesus López Rodríguez”, pois “o Arcebispo Metropolitano de Santo Domingo é posto como a cabeça a ser removida”.

No dia seguinte, o governo dominicano desautorizou em um comunicado ao embaixador Grimaldi em relação a suas declarações sobre o embaixador dos Estados Unidos, James Brewster, indicando que “as fez a título pessoal e não refletem a posição do governo da República Dominicana”.

O documento recorda os laços entre ambos países e reconhece o trabalho de Brewster “em uma ampla gama de temas da agenda bilateral”.

Entretanto, não faz nenhuma referência nem desmente as acusações de Grimaldi sobre uma campanha do coletivo gay –que estaria apoiado pelo embaixador norte-americano– contra o Cardeal López Rodríguez.