"Rezemos para que na Terra Santa e em todo Oriente Médio a paz se eleve de novo depois de interrupções recorrentes e dramáticas e que, em troca, cessem para sempre a inimizade e as divisões". Este foi o chamado do Papa Francisco na Missa matutina na Casa da Santa Marta neste 9 de dezembro.

Foi uma celebração especial, concelebrada com o Patriarca de Alexandria dos Coptos Católicos, Ibrahim Isaac Sidrak, por motivo da manifestação pública da comunhão eclesiástica solicitada pelo Patriarca e concedida pelo Papa Bento XVI.

Francisco retomou as palavras do profeta Isaías que falam de um despertar dos corações em espera da chegada gloriosa do Senhor, dizendo: "Sentimos que a chamada aos "tementes de coração", dirige-se a quantos em sua amada terra do Egito experimentam a insegurança e a violência, às vezes devido à sua fé cristã: "Coragem, não temam: estas são as palavras de consolo que se confirmam em nossa solidariedade fraternal. Dou graças a Deus por este encontro que me brinda a ocasião de reforçar sua esperança e a nossa, pois são a mesma".

"O Evangelho -continuou o Santo Padre- apresenta Cristo que vence a paralisia da humanidade... As paralisias da consciência são contagiosas. Com a cumplicidade das mesquinharias da história e de nosso pecado, podem expandir-se e entrar nas estruturas sociais e nas comunidades até bloquear povos inteiros. Mas o mandato de Cristo: ‘levanta-te e anda’, pode transformar a situação".

"Rezemos com confiança -pediu Francisco- para que se reate prontamente os acordos de paz, frequentemente paralisados por interesses contrapostos e escuros. Que finalmente deem-se garantias reais de liberdade religiosa a todos, junto com o direito dos cristãos de viver serenamente ali onde nasceram, na pátria que amam como cidadãos há dois mil anos, para contribuir como sempre ao bem de todos. O Senhor Jesus que experimentou com a Sagrada Família a fuga e foi acolhido em sua generosa terra, vele sobre os egípcios que pelos caminhos do mundo procuram dignidade e segurança".

"E vamos sempre adiante, procurando o Senhor, procurando caminhos novos... para nos aproximarmos a Ele. E se necessário for abrir um buraco no teto para nos aproximarmos todos ao Senhor -exclamou Francisco- que a nossa imaginação criativa da caridade nos leve a fazê-lo: a encontrar e a construir caminhos de encontro, de irmandade, caminhos de paz".

Por sua parte o Patriarca Sidrak sublinhou que "neste delicado momento histórico" a Igreja no Egito necessita "estar sustentada pelo abraço paterno" do Papa. "No tempo em que nos preparamos para celebrar a encarnação do Verbo -observou- não posso deixar de recordar os laços históricos de minha terra com este mistério, do momento que foi o Egito o primeiro lugar de acolhida para a Sagrada Família em fuga pela perseguição do Herodes".

"Esse rincão da terra entre o deserto e o Nilo conheceu e conhece ainda, o doloroso drama de tantas pessoas desejosas de serem escutadas e acolhidas. Nossa Igreja está ali, pronta para acolher qualquer um que toque a sua porta, a dar hospitalidade a quem pede ajuda, a socorrer os necessitados e abandonados e a dar testemunho do Evangelho".

"E que a luz do Santo Natal -finalizou- seja a estrela que revela o caminho do amor, da unidade, da reconciliação e da paz, dons que minha terra tanto necessita. Peço sua bênção, Padre Santo e o esperamos no Egito".