O Cardeal Timothy M. Dolan, Arcebispo de Nova Iorque (Estados Unidos), denunciou em uma entrevista para o canal NBC que a Igreja está sendo desprestigiada no debate público sobre o matrimônio e as uniões homossexuais, através de frentes que dão uma visão distorcida dos princípios católicos.

"Estão fazendo de nós uma caricatura como anti-gays", afirmou o Cardeal Dolan ao programa "Meet the Press" do canal NBC, no dia 1º de dezembro. Adicionou que "nós somos pró-matrimônio tradicional, não somos ‘anti-ninguém’".

"Quando se enfrenta forças como Hollywood, quando se enfrenta forças como os políticos, quando se enfrenta forças como alguns líderes de opinião que estão por trás, esta se torna uma batalha bastante difícil", explicou.

O Cardeal Dolan lamentou a pressa para implementar o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo e adicionou que a Igreja Católica "não se dará por vencida" nesta matéria.

Do mesmo modo, indicou que a mudança em uma direção positiva foi possível em outros temas complexos como o aborto. Em 1973, a decisão da Corte Suprema que permitiu o aborto legal em todo o país fez com que muitos pensassem que o aborto seria um tema que "iria desaparecer" do debate público.

"Até o dia de hoje, continua sendo provavelmente o tema mais divisório entre os políticos americanos. Entretanto, agora fica claro que existem mudanças de atitudes com respeito ao aborto e a mensagem pró-vida está chegando aos jovens", indicou.

Quando o apresentador do "Meet the Press", David Gregory, perguntou-lhe se achava que o debate sobre o matrimônio havia terminado, ele respondeu: "Não acredito que tenha terminado, não".

O Cardeal Dolan também refletiu sobre o ministério do Papa Francisco.

Explicou que o Papa representa uma mudança de "tom" e "estratégia". Adicionou que embora um Papa não possa fazer mudanças doutrinais, sim pode mudar a maneira como se apresenta a fé.

O Arcebispo de Nova Iorque insistiu em que, em sua opinião, o Papa Francisco está recordando aos católicos que "o primeiro é falar de Deus, de sua misericórdia, de seu amor, de seu perdão, de seu convite, de sua acolhida, de sua promessa de vida eterna em seu Filho Jesus. Fala sobre isso, e depois sobre a moral, a doutrina, que cairão por sua própria conta".

O Arcebispo de Nova Iorque refletiu sobre a popularidade do Papa Francisco, indicando que agora muitas pessoas expressam o seu carinho pelo Santo Padre.

"Penso que Jesus está vindo para nós como católicos, e novamente para o mundo através da humanidade, a simplicidade e a sinceridade do Papa Francisco", afirmou.